Yoro, romance de 2015 da espanhola Marina Perezagua, é uma nova proposta da Elsinore. A autora, que vive em Nova Iorque e é licenciada em História da Arte e doutorada em Filologia, tinha escrito antes dois livros de contos, Criaturas Abisales e Leche. Nas palavras de Salman Rushdie, «Marina Perezagua é uma entusiasmante nova voz, uma das melhores na mais recente geração de escritores espanhóis».
Sobre o livro: «“Concluí que, se tivesse de escolher um nome para nós, escolheria ‘os que trazemos a bomba dentro de nós’, dado que a manhã em que um bombardeiro B-29 lançou o Little Boy em Hiroxima foi só o início da detonação. Noventa por cento de todo o mal que sofreríamos, nós, os sobreviventes, iria sendo doseado minuto a minuto, mês a mês, ano a ano, emprenhando-nos desse mal que, se fosse abortado, seria só para nos abortarmos com ele.”
Yoro é uma odisseia assombrosa pelos lugares mais profundos e negros da mente humana. Ecoando Dom Quixote, Wim Wenders e Herzog na sua tensão narrativa, este romance, o primeiro de Marina Perezagua, é a busca de uma mulher por identidade, justiça, compaixão e maternidade.
H, a narradora e protagonista, confessa um crime nas primeiras páginas. E, em tom desafiante, continua, pedindo ao leitor que se atreva a ler a sua história, a sua confissão. H nasce em 1945, no momento da explosão da Little Boy sobre Hiroxima. Anos depois, H conhece Jim, um soldado norte-americano que procura, desde a guerra, uma criança que lhe foi entregue e depois retirada: Yoro. Apaixonados, percorrem o mundo seguindo as mais ténues pistas, até que, na viagem final, a verdade – complexa e perturbadora – revela o crime de H e a sua razão.
Torrencial, cru, pendendo entre polos opostos – amor e desespero, encontro e confusão, descoberta e prisão -, Yoro carrega nas suas páginas o caos pós-Segunda Guerra Mundial, o encontro frontal com a sexualidade e o mundo, a violência da linguagem e da lógica.»