A primeira edição do Diáspora, festival literário de Belmonte, vai ter lugar de 7 a 9 de novembro na histórica vila albicastrense e pretende, segundo a organização (a cargo da Câmara Municipal de Belmonte), «reforçar a apetência cultural» local. Recorda a organização que, da «ligação ao Brasil, passando pela relevância da sua comunidade judaica, Belmonte afirma-se como uma espécie de caleidoscópio de perspetivas sobre a língua, a identidade, a pertença».
Vai haver mesas-redondas de debate, exposições, concertos e visitas às escolas, e no encerramento uma conferência de Álvaro Laborinho Lúcio, intitulada «As Margens».
O festival, organizado pela Câmara de Belmonte, vai contar com a presença, além do já citado Laborinho Lúcio, de Afonso Cruz, André Letria, Bruno Vieira Amaral, Sheikh David Munir, Deana Barroqueiro, Francisco José Viegas, Joaquim Vieira, Júlio Magalhães, Miguel Real, entre outros.
PROGRAMAÇÃO
Sessões nas escolas
Escola Básica e Secundária Pedro Álvares Cabral
7 de novembro
André Letria, Margarida Fonseca Santos, Ricardo Henriques e Tiago Albuquerque: um quarteto de embaixadores das letras que visitará várias escolas do concelho de Belmonte com o objetivo de levar aos alunos a literatura, a ilustração, a prática da leitura e a paixão arrebatadora pelas letras.
Sessão Inaugural
Salão Nobre dos Paços do Concelho
7 de novembro, 21h00
O presidente da Câmara Municipal de Belmonte abre oficialmente a programação do Diáspora, numa sessão de boas-vindas ao público e aos participantes.
Mesas
MESA 1 — NO PRINCÍPIO ERA O LIVRO
Igreja Matriz de Belmonte
7 de novembro, 21h30
Qual o papel simbólico do livro nas principais religiões? Em que medida o sentido sagrado do livro não foi transposto para o universo da leitura? Seriam as religiões diferentes sem livros?
MODERAÇÃO: Padre Carlos Lourenço
CONVIDADOS: Sheikh David Munir e Francisco José Viegas
MESA 2 — «QUANDO DECIDIMOS VER AS NAÇÕES COMO QUEREMOS, NÃO PRECISAMOS DE SAIR DE CASA», ASTOLPHE DE CUSTINE
Auditório Municipal
8 de novembro, 14h30
Já ninguém viaja sem levar preconceitos na mala. Pedro Álvares Cabral foi um dos últimos viajantes verdadeiramente livres? Em que medida estas viagens mudaram verdadeiramente o nosso país?
MODERAÇÃO: Tito Couto
CONVIDADOS: Deana Barroqueiro, Miguel Real e João Morgado
MESA 3 — UM PAÍS EM SEGUNDA MÃO
Auditório Municipal
8 de novembro, 16h00
A emigração por quem a conta e por quem a vive. Do bidonville francês à mátria castelhana, como é viver num país desenhado para outros?
MODERAÇÃO: Júlio Magalhães
CONVIDADOS: Karla Suárez e Ricardo Dias Felner
MESA 4 — «É O CORAÇÃO QUE FAZ O CARÁTER», EÇA DE QUEIRÓS
Auditório Municipal
8 de novembro, 17h30
Que papel desempenha a emoção na história dos grandes personagens? Uma biografia faz-se mais de factos ou de sentimentos e emoções? Biografar é também emocionar o leitor?
MODERAÇÃO: Tito Couto
CONVIDADOS: Isabel Stilwell e Joaquim Vieira
MESA 5 — «GOSTAVA DE ESTAR NO CAMPO PARA PODER GOSTAR DE ESTAR NA CIDADE», FERNANDO PESSOA
Auditório Municipal
9 de novembro, 15h00
É um dos lugares comuns mais repetidos da literatura mundial: d’ A Cidade e as Serras a Bouvard e Pecouchet, o campo e a cidade continuam a ser rasgados por trincheiras literárias. Num país tão pequeno, há espaço para o interior?
Moderação: Tito Couto
Convidados: Afonso Cruz, Bruno Vieira Amaral e Valério Romão
Conferência de Encerramento
Auditório Municipal
9 de novembro, 16h30
Conferência «As Margens», por Álvaro Laborinho Lúcio. Das personagens que são marginais à marginalidade da Cultura. Margens e periferia, são equivalentes? O que é viver à margem do litoral e até da Europa? Na conferência de encerramento do Diáspora, um homem do Direito abraça a marginalidade.
Exposições
Ecomuseu do Zêzere
MAR, DE ANDRÉ LETRIA
Mar, de André Letria, é uma das obras que mais prémios tem trazido ao ilustrador, nascido em Lisboa em 1973. Ao longo deste atividário*, concebido em parceria com Ricardo Henriques, as ilustrações de André Letria explicam 206 palavras e 80 atividades relacionadas com o mar, um elemento tão importante na obra que elege a sua premissa: «Se o nosso planeta tem mais mar que terra, então porque não se chama planeta Mar?» Conheça a obra através das ilustrações presentes na exposição.
*atividades + abecedário
FUTURO, DE ANDRÉ LETRIA
Futuro é a obra mais recente de André Letria, na já habitual parceria com Ricardo Henriques. Nas ilustrações patentes no Ecomuseu do Zêzere, André Letria ilustra o conceito de «futuro», recorrendo a outros conceitos que, acredita ele, estarão para prevalecer: dos «políticos» às velhas «tartarugas», passando pelos «pêlos» do corpo humano e pelo «vujà-dé».
Apresentação de livro
MAR, DE ANDRÉ LETRIA E RICARDO HENRIQUES
Ecomuseu do Zêzere
8 de novembro, 11h30
Apresentação com humidade relativa do livro MAR, o primeiro de uma coleção de atividários* do animal editorial Pato Lógico.
Haverá um vislumbre sobre o futuro dos atividários, até porque um dos livros a lançar, proximamente será sobre o futuro. André Letria, cenógrafo, ilustrador e editor usará de um linguajar colorido com recurso a cores PANTONE e verniz localizado. Ricardo Henriques, publicitário e autor infantil — ele mesmo infantil — abusará do escárnio marinheiro.
Feira do Livro
Ao longo do Diáspora, os livros viajam com a feira do livro do festival. A apoiar a realização da feira está a Bertrand, que permitirá ao público adquirir as obras dos participantes.