O Porta-Livros deseja um feliz ano de 2010 a todos os seus leitores, com a promessa de continuar por aqui a divulgar tudo o que tenha que ver com livros. (Rui Azeredo)
Mês: Dezembro 2009
Gailivro ataca 2010 com zombies e Christopher Paolini
A Gailivro pretende, em 2010, manter a sua posição de líder do mercado na área do fantástico e nesse sentido as suas grandes apostas são romances com zombies como protagonistas, a nova colecção de Romance Paranormal e o lançamento do quarto e último volume da Saga da Herança, de Christopher Paolini.
Assim, em 2010 a Gailivro vai lançar Guerra Mundial Z, de Max Brooks, Orgulho e Preconceito e Zombies, de Seth Grahame-Smith, e Floresta de Mãos e Dentes, de Carrie Ryan, três best-sellers de zombies.
Outra novidade é a nova colecção de Romance Paranormal, uma nova linha mais feminina e adulta que, segundo a editora, “agradará às leitoras de Sthephenie Meyer, P.C. Cast e Charlaine Harris”.
Por fim está previsto o lançamento do quarto e último volume da Saga da Herança de Christopher Paolini, que até agora já proporcionou obras como Eragon, Eldest e Brisingr.
Na área infanto-juvenil surgirão três novas colecções: Matemática a Brincar, da autoria de Margarida Fonseca Santos (pretende estimular o gosto e a apetência pela matemática desde o pré-escolar); O Mundo à Minha Volta (colecção socialmente responsável, onde serão abordadas temáticas como o Racismo e a Obesidade); e 39 Pistas (colecção juvenil internacional).
José Rodrigues dos Santos no Porto a 29 de Dezembro para receber prémio do Clube Literário do Porto
O escritor José Rodrigues dos Santos foi distinguido com o Prémio Clube Literário do Porto 2009. O prémio, no valor de 25 000 euros, visa, segundo a organização «galardoar o autor que mais criatividade teve no domínio da ficção no ano em que é atribuído.»
A cerimónia pública de entrega do prémio vai decorrer a 29 de Dezembro (terça-feira), pelas 21h30, no Auditório do Clube Literário do Porto, cabendo a Salvato Trigo (reitor da Universidade Fernando Pessoa) fazer a apresentação de José Rodrigues dos Santos. No final haverá lugar a uma sessão de autógrafos.
O último romance do autor, Fúria Divina, teve recentemente uma nova edição, chegando aos 150 mil exemplares, permitindo a José Rodrigues dos Santos atingir, ao longo da sua carreira literária, um milhão de livros vendidos.
Objectiva editou “Um grito de amor desde o centro do mundo”, do japonês Kyoichi Katayama
A Editora Objectiva editou recentemente três novas obras, entre as quais Um grito de amor desde o centro do mundo, de Kyoichi Katayama, considerado o romance japonês mais lido de todos os tempos. Os outros lançamentos foram Não há famílias perfeitas, de Marta Gautier, e O futuro Inventa-se, de António Câmara.
Um grito de amor desde o centro do mundo – Kyoichi Katayama
Sobre o livro: «Sakutarô e Aki conhecem-se na escola de uma pequena cidade japonesa. Ele é um adolescente engenhoso e sarcástico. Ela é inteligente, bonita e popular. Tornam-se amigos inseparáveis até que, um dia, Sakutarô começa a ver Aki com outros olhos. A amizade cúmplice transforma-se numa paixão arrebatadora. Juntos vivem uma história capaz de transtornar os sentidos e apagar as fronteiras entre a vida e a morte.»
O futuro Inventa-se – António Câmara
Sobre o livro: «Como se inventa o futuro? Que papel pode ter a universidade na invenção do futuro?
As propostas apresentadas no livro baseiam-se na experiência pessoal do autor como professor e investigador na Universidade Nova de Lisboa e em várias instituições de ensino universitário no estrangeiro. Decorrem ainda da sua experiência de uma década como líder da YDreams, um projecto empresarial de raiz universitária.
A relevância de O Futuro Inventa-se não se circunscreve ao mundo universitário.
Interessa a todos os que pretendem ser exploradores na vida científica, cívica e empresarial. A todos aqueles que querem contribuir para que o país tenha futuro.
Algumas das melhores instituições de ensino universitário a nível mundial perceberam há muito que devem ser as universidades a conceber e alimentar as indústrias do futuro, e a liderar o rumo da inovação científica e empresarial.
Este livro lança um desafio para que a universidade portuguesa assuma esse papel, deixando de se reduzir à função de local de ensino para se assumir também como centro cívico que promova o debate, a inovação e o empreendedorismo. Para que esse objectivo seja alcançado propõem-se mudanças no ensino, na investigação, gestão e ligação da universidade com a indústria.»
Não há famílias perfeitas – Marta Gautier
Sobre o livro: «O livro que vem destruir o mito da família perfeita.
“Juro ter os meus filhos penteados, limpos, bem vestidos, unhas cortadas, vacinas a tempo. Juro brincar com eles, ser uma mãe divertida, não andar em cima deles, ter vida própria… Juro ter a casa arrumada a cheirar a limpo, aquecida, moderna, com design, velas de cheiro… Juro ser sexy, gira, vestir-me bem, ter um rabo brasileiro, fazer sexo, comprar algemas… Juro ser companheira do meu marido, seduzir o meu marido, pôr batom para o meu marido… Juro solenemente.”
Com prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa este livro, escrito num tom confessional e genuíno com que todas as mães se identificarão, ajudará as mães de hoje a perceber, com alívio, que não há nem pode haver famílias perfeitas.
A obra chama ainda a atenção para certos vícios e equívocos que se instalam nas relações familiares, e que, sem uma tomada de consciência, podem avolumar-se e agravar-se com o tempo.»
Europa-América publica dois títulos da colecção Escola de Futebol
As Publicações Europa-América acabam de lançar dois volumes da colecção Escola de Futebol, intitulados Um Talento Promissor e Remate Certeiro, com a assinatura de Jefferies e Golfe.
Escola de Futebol – Um Talento Promissor – Jefferies e Golfe
Sobre o livro: «O Tiago é a estrela da equipa de futebol da escola e sabe que vai fazer parte da equipa principal quando entrar para a escola secundária. Mas tudo está prestes a mudar. O Tiago é escolhido por um olheiro e convidado para as provas de selecção na melhor escola de futebol do país. E esta ideia não lhe sai da cabeça. Mas há muita competição na escola e o Tiago tem ainda de lidar com uma lesão. Será que ele vai conseguir entrar na Escola de Futebol?»
Escola de Futebol – Remate Certeiro – Jefferies e Golfe
Sobre o livro: «O Tomás sabe que tem talento para entrar na equipa principal da Escola de Futebol. Pois a sua meia da sorte nunca o deixou ficar mal. E o Tomás é imbatível! Pelo menos até perder a sua meia da sorte. E como a selecção dos jogadores da equipa principal está à porta, o Tomás tem muitas dúvidas sobre o seu talento. Assim, em maré de azar, Tomás está disposto a tudo para recuperar a sua meia da sorte, até a ver um cartão vermelho…»
“30 Anos de Mau Futebol” – João Pombeiro, com ilustrações de Pedro Vieira
30 Anos de Mau Futebol, de João Pombeiro (com ilustrações de Pedro Vieira e editado pela Quetzal) é sem dúvida um livro extremamente útil para quem quiser compreender o futebol português. Apesar de se chegar a esse entendimento (pelo menos parcial) através de diversão, mesmo a brincar, a brincar dá para vislumbrar muita coisa séria lendo estas 150 páginas organizadas perlo jornalista João Pombeiro. Mas o melhor é orientar mesmo a leitura para a diversão e deixar de pensar que com protagonistas como os aqui presentes realmente seria difícil ao futebol português estar numa situação melhor.
Convém esclarecer que este livro de João Pombeiro não se limita a reproduzir aquelas frases ditas a quente por jogadores e treinadores e que muita gente já sabe de cor, dado que são exibidas frequentemente, por exemplo na Internet. O que João Pombeiro fez foi analisar e estudar trinta anos de jornais (essencialmente) e para de lá extrair citações, pensamento, previsões, promessas acusações, etc., proferidas por futebolistas, treinadores, dirigentes, adeptos, etc., relativas ao mundo do futebol. O autor faz o devido enquadramento das citações reproduzidas, permitindo ao leitor fazer uma leitura mais abrangente das mesmas. Dividiu o livro em doze capítulos temáticos, apresentando uma nota introdutória em cada um deles. São notas inteligentes e divertidas, com um sentido de humor implacável, que foi também aplicado nos comentários elaborados para todas as citações dos maiorais do nosso futebol.
30 Anos de Mau Futebol é portanto um livro de leitura muito agradável, uma excelente prenda para quem gosta de futebol, para apreciar sem clubismo ou clubites – aqui são todos tratados de forma igual pois no que toca a disparates há um equilíbrio muito grande no futebol nacional.
Na apresentação do livro que decorreu na Fnac do Norteshopping (Matosinhos) em meados de Dezembro de 2009, o comentador Luís Freitas Lobo alertou que o conteúdo de 30 Anos de Mau Futebol pode parecer relativo a um “freak-show”, mas, entende, «pode levar a ver o futebol de uma maneira diferente». Realçou que a constante «exposição pública» dos agentes do futebol leva a que se «corra o risco de dizer algo menos interessante». Aliás, o próprio Luís Freitas Lobo, analisando com muito humor a obra, confessou que a leu com «perplexidade, interesse e perturbação.» «No final quase fiquei deprimido porque não tinha uma única frase minha. Tenho-me esforçado», fez notar.
Justificou ainda o facto de o futebol gerar tantas paixões por, em seu entender, ser como um filme: «Em 90 minutos, há medo e coragem, alegria e tristeza.»
Julia Navarro – Entrevista a propósito de “A Irmandade do Santo Sudário”
Julia Navarro, jornalista espanhola, estreou-se aos 50 anos no mundo literário com um romance de aventuras, A Irmandade do Santo Sudário (edição Gótica/Círculo de Leitores em 2004 – nova edição Bertrand em 2015), onde o protagonismo é dado ao manto que terá envolvido o corpo de Cristo. Várias personalidades e sociedades secretas lutam entre si, ao longo de 2000 anos, para se apoderarem da preciosa relíquia. Julia Navarro explicou como nasceu e cresceu a obra, cuja acção até passa por Portugal.
Como lhe ocorreu escrever um romance tendo por protagonista o Santo Sudário?
Por acaso! Já escrevi livros sobre política, ensaios, história e nunca pensei em escrever um romance. Surgiu um dia, ao ler uma notícia perdida num jornal – quando estava na praia – sobre um cientista, um microanalista forense, um dos muitos que estudaram o Santo Sudário. Trazia uma pequena biografia do cientista e uma pequena nota sobre o sudário e a controvérsia que há na comunidade científica sobre a sua autenticidade.
Nunca tinha lido nada sobre o tema, nem me interessara até então, mas ao ler sobre esta controvérsia (há quem diga que o sudário é falso e com origem no século XIV e outros que dizem que é autêntico) a minha imaginação despertou. Comecei a “escrever” mentalmente o romance. Uns dias mais tarde, estava no Sul de Espanha, junto a Portugal, e levei o meu filho ao castelo de Castro Marim (uma fortaleza templária) e aí acabei de “escrever”mentalmente o meu romance. Aí decidi que os templários tinham de ter um papel importante no enredo.
É tudo ficção?
É um romance de ficção. Está escrito no presente e no passado e há dados sobre o que se diz na lenda do Santo Sudário, como o facto de ele ter aparecido no século IV na cidade de Edessa. Fica aí até ser levado pelos cruzados para Constantinopla. Com todos esses acontecimentos históricos o que faço é montar um romance.
Não temeu ter reacções negativas por parte da Igreja por usar um símbolo como este?
Não, porque este não é um romance contra nada nem ninguém. Não é um romance religioso, mas sim de aventuras. A parte religiosa, trato-a com respeito porque há milhões de pessoas no mundo que acreditam que o Santo Sudário é o manto que envolveu o corpo de Jesus. Há que ter respeito pelas crenças. Nunca seria capaz de usar um elemento religioso para fazer uma burla, uma crítica.
Após ter escrito o romance o Santo Sudário passou a ter algo de poderoso para si?
O Santo Sudário tem algo de especial, transcende algo dele. Talvez seja a fé de milhões de pessoas. Se perguntar se acredito que é na realidade o Santo Sudário respondo: “Não sei”. Mas também a Igreja não o assegura e permite que seja estudado por cientistas. O Papa, há uns anos, visitou a Catedral de Turim e disse que o Santo Sudário era um enorme desafio para a Igreja. Há algo de especial, mas pode ser que seja a fé nele depositada.
A teoria aplicada no romance – a existência de dois sudários – tem algum fundamento?
É mentira, claro. Um padre meu amigo disse-me: “Pena que o tenhas inventado, haveria de ser a verdade”.
É inevitável estabelecer um paralelo com O Código Da Vinci.
Não tem nada a ver, mas não me chateia a comparação. Há muitas diferenças, porque não questiono fundamentos da fé e das crenças dos cristãos, nem entro em discussões sobre a autenticidade do Santo Sudário. O Código da Vinci” pode ter-me beneficiado, mas quando escrevi o romance ainda não tinha sido publicado.
Porque há agora tanto interesse em romances com fundo religioso?
Vivemos numa sociedade com uma enorme crise de valores, e o Homem está a deixar de lado as crenças tradicionais. O Homem desde sempre perguntou de onde vimos, qual o sentido da vida? Essa busca é feita de forma distinta. Às vezes em páginas de livros.
É uma mistura de romance policial com a vertente religiosa. Porquê?
Não é um romance religioso, apenas há uma relíquia que está no meio de uma aventura e de uma investigação policial.
E a Julia Navaro é religiosa?
Sou filha da minha geração, ou seja tive uma educação religiosa e tenho um sentido transcendental da vida: Isso significa que sou religiosa? Não sei, não sei. Acredito em Deus.
Não lhe provocou problemas interiores fazer um romance com um símbolo religioso?
Não, não. A vida tem de ter um sentido para além de estarmos aqui, mas continuamos à procura dessa resposta desde que somos Humanidade. Há pessoas que encontram essas respostas na religião, outras não, como é o meu caso. O Ocidente tem 2000 anos de cultura cristã e independentemente de ser católica praticante ou não estamos impregnados dessa cultura.
Acredita na existência de sociedades secretas como as que há no seu livro?
Acho que sim, no mundo há seitas, pessoas que agem na sombra. Também acho que na sociedade da globalização há pessoas que tomam decisões sobre os nossos países. Apesar de ser chamada de sociedade da informação, está muito mal informada. Aparentemente toda a informação está aí, mas cada vez sabemos menos. Sociedades económicas, multinacionais, tomam decisões sobre o futuro dos nossos países, sem nos apercebermos. Acreditamos que as nossas democracias formais são as que funcionam, mas nesta época há um poder globalizador. Também acredito que há seitas religiosas, formadas por gente fanática, o que me assusta porque no fanatismo há gente que acredita em nome das suas crenças religiosas tudo lhes é permitido. A mim tudo o que seja uma seita, que seja secreto, provoca-me repulsa. Na democracia não há lugar para sombras, nem organizações secretas.
O livro
A Irmandade do Santo Sudário, editada pela Gótica na colecção Cavalo de Tróia e pelo Círculo de Leitores, é um envolvente livro de aventuras, escrito de uma forma simples que cativa o leitor desde a primeira página.
Tudo começa quando ocorre um incêndio na catedral de Turim, onde está religiosamente guardado o Santo Sudário, manto que terá envolvido o corpo de Cristo. No local aparece o cadáver de um homem sem língua e na prisão já penava outro com as mesmas características, que anos antes tentara roubar o sudário. O Departamento de Arte, dirigido pelo detective Marco Valoni e pela historiadora Sofia Galloni, enceta uma empolgante investigação, mas a autora faz-nos também recuar no tempo, passando pelo Império Bizantino, a França de Filipe, o Belo, Portugal e Espanha, sempre com os Templários bem presentes.
Na actualidade os alvos da investigação são homens de negócios cultos e refinados, figuras da Igreja, com o elemento comum de serem solteiros, ricos e poderosos.
(Entrevista realizada em 2004)
“A Guerra é para os Velhos” – John Scalzi
A Guerra é para os Velhos, de John Scalzi, uma edição Gailivro), é uma agradável surpresa para os amantes da ficção científica (FC) clássica, ou seja, aquela onde ainda há lugar para heróis humanos, para aventura, combate, conquista. A tecnologia e os avanços científicos também estão bem presentes neste romance, mas são bem doseados em relação à componente humana e social. Assim, Scalzi, um dos novos nomes da ficção científica norte-americana, apresenta uma obra capaz de cativar logo desde o início o leitor, especialmente se este estiver algo cansado das deambulações filosóficas porque têm entrado muitas das obras recentes do género e prefira uma boa aventura, ainda por cima sustentada por uma história credível e por personagens bem construídas.
O ponto de partida é um achado. No futuro, aos velhos é dada a possibilidade de uma nova vida, de um recomeço. Em troca do alistamento nas Forças de Defesa Coloniais (FDC), os seus corpos são regenerados e geneticamente aperfeiçoados. Depois, têm de partir para o combate. Ou seja, têm de assegurar a posse dos novos planetas com recursos para sustentarem os humanos que foram sendo descobertos e conquistados. Há raças alienígenas dispostas a lutar por eles e cabe às FDC entrar em acção. Se o novo recruta aguentar a sua comissão de dois anos é-lha dado um terreno num desses planetas, onde pode dar início a uma nova vida, depois de ter deixado tudo para trás na Terra. Só que a taxa de sobrevivência destes soldados é muito reduzida. Mas, na verdade, o que têm estes velhos a perder, eles que já estavam perto da morte? E que soldados há melhores do que aqueles que nada têm a perder?
É assim – saltando para o desconhecido (ninguém na Terra sabe muito bem o que são as FDC e como decorre a guerra no espaço) – que um grupo de velhos se transforma num poderoso e pujante corpo militar, e na primeira fase do romance acompanhamos a surpresa e a adaptação destes novos-jovens através da visão de John Perry, um viúvo que se alistou no dia em fez 75 anos. Scalzi conseguiu neste ponto elaborar uma história credível (tanto quanto isso é possível em FC!), já que apresenta várias perspectivas das reacções humanas perante uma nova oportunidade de vida, recorrendo para tal aos comportamentos de Perry e dos seus novos amigos; é curioso verificar a diversidade de reacções humanas possíveis perante a descoberta de estar na posse de um corpo mais jovem e mais forte do que alguma vez fora.
Depois desta fase de adaptação, estão prontos a entra em combate contra os aliens e entra-se na segunda fase da obra, onde a guerra passa a ser a protagonista.
As cenas de combate idealizadas por Scalzi estão a nível do que de melhor se tem feito em ficção científica: empolgantes, vivas, não absurdas, e extremamente cinematográficas.
E quanto aos novos recrutas, perante os novos desafios com que se confrontam, rapidamente percebem que um novo corpo e uma nova vida não são “prendas” assim tão primordiais.
A Guerra é para os Velhos é uma excelente aventura de FC – que, paralelamente, deixa muito em que pensar – bem escrita e imaginada por Scalzi, um nome a reter neste tipo de literatura.
Europa-América lança “No Tempo em que Outros Homens Viviam na Terra”
As Publicações Europa-América editaram em Dezembro No Tempo em que Outros Homens Viviam na Terra, obra assinada em parceria por Jean-Jacques Hublin e Bernard Seytre que apresenta novas perspectivas sobre as nossas origens. Jean-Jacques Hublin é considerado um dos melhores especialistas da evolução dos homens, enquanto Bernard Seytre é director da agência Dire la Science e jornalista científico, especializado no tema da evolução do Homem.
Sobre o livro: «Geneticamente, o Homem é um símio à semelhança do chimpanzé e do gorila. Mas quais são as suas origens? Como e quantas espécies houve até que ele se tenha transformado em ser humano?
Este livro informa o leitor das últimas descobertas feitas neste domínio, já que mais de metade dos fósseis humanos que hoje conhecemos foram descobertos nos últimos vinte anos. Entretanto, surgiram novas técnicas que nos permitem analisar a estrutura molecular do esqueleto dos nossos ancestrais, descodificar os seus genes, reconstituir a sua dieta alimentar, de forma a compreender melhor a sua evolução cultural.
O leitor ficará a saber que estudamos os chimpanzés para compreender melhor os comportamentos dos primeiros homens, que a nossa evolução não é linear, já que é uma amálgama de espécies, marcada pela coexistência de diferentes linhagens e por inúmeras extinções, que foi na África que os nossos antepassados deram início à conquista de novas terras para povoar, que os neandertais e os homens de Cro-Magnon se encontraram, ou se defrontaram, algures entre o mar Negro e o oceano Atlântico, ou ainda que grande parte das doenças de que os homens sofrem nos dias de hoje podem ser explicadas à luz do seu passado de caçadores e de recolectores.
Uma leitura que mudará completamente a sua visão sobre as origens do Homem e o lugar que ele ocupou na Natureza.»
Agradecimento
O Porta-Livros gostaria de agradecer a todos os que por ocasião do seu primeiro aniversário lhe endereçaram os parabéns. Em nome individual, em nome de editoras, blogs ou de outras instituições, muitos foram os que se lembraram do Porta-Livros nesta ocasião. A todos (e aos que visitam o blog) o meu obrigado.
Rui Azeredo