«A Queda de Artur», um inédito de J. R. R. Tolkien, editado pela Europa-América

Queda de ArturAssim meio de surpresa a Europa-América anunciou o lançamento de um inédito de Portugal de J. R. R. Tolkien, intitulado A Queda de Artur. A obra, organizada pelo seu filho Christopher Tolkien, é em versão bilingue e leva-nos até às lendas do rei Artur.

Sobre o livro: «A Queda de Artur, a única incursão de J. R. R. Tolkien nas lendas do rei Artur da Bretanha, pode muito bem ser vista como a sua mais delicada e hábil aventura na métrica aliterativa do inglês antigo, tendo concedido à sua interpretação inovadora das antigas narrativas uma sensação penetrante da natureza grave e determinista de tudo o que é contado: da expedição ultramarina de Artur até às distantes terras pagãs, da fuga de Guinevere de Camelot, do regresso de Artur à Bretanha e da grande batalha naval, no retrato do traidor Mordred, nas dúvidas atormentadas de Lancelot no seu castelo francês.
Infelizmente, A Queda de Artur foi um dos seus vários poemas longos inacabados. Há evidências que terá começado a escrevê-lo no início dos anos 30 do século passado e estaria num estado suficientemente avançado para que o enviasse a um amigo perspicaz, que o leu com grande entusiasmo no final de 1934, e o incentivou a concluí-lo com urgência: “Tem mesmo de o terminar!” Contudo, foi em vão. Tolkien abandonou-o, em data desconhecida, ainda que alguns indícios apontem para 1937, o ano de publicação de O Hobbit e das primeiras incursões em O Senhor dos Anéis. Anos mais tarde, numa carta de 1955, disse que “esperava terminar um longo poema sobre A Queda de Artur, mas esse dia nunca chegou.
Associadas ao texto do poema, existem, contudo, várias páginas manuscritas; uma grande quantidade de rascunhos e experiências em verso, nas quais a estranha evolução da estrutura do poema é revelada, juntamente com sinopses narrativas e notas deveras significativas, ainda que desesperantes. Nestas últimas, é possível discernir associações claras, ainda que misteriosas, do fim de Artur com O Silmarillion e a amarga conclusão do amor de Lancelot e Guinevere, que nunca chegou a ser escrito.»

O Porta-Livros faz hoje cinco anos – Parabéns a todos!

DSC_1793O Porta-Livros completa hoje, 15 de dezembro de 2013, cinco anos. 1 043 459 visualizações depois, continua a ser um prazer estar aqui na blogosfera e espero que gostem tanto de ler o que escrevo como eu gosto de escrever o que leem.
O que começou por ser (inocentemente) uma espécie de arquivo público de textos acabou por se tornar num blogue visitado diariamente por centenas de pessoas, maioritariamente de Portugal, mas também em grande parte do Brasil. Por exemplo, nestes últimos 365 dias houve 112 708 visualizações com origem em Portugal, 54 554 do Brasil, 3635 dos Estados Unidos, 1131 de Espanha e 819 de França. Reino Unido (707), Angola (653), Alemanha (578), Suíça (501) e Moçambique (475) encerram o top 10, mas tenho recebido visitas de todo o mundo, inclusive do Irão, Ilhas Virgens, Síria, Barbados, Egito, Iraque, Haiti, Israel, Porto Rico, Omã e Austrália, entre muitos outros.
E o que procuram todos estes leitores? A minha opinião sobre o romance Nómada, de Stephenie Meyer, foi neste último ano o post mais procurado (2231 Visualizações), o que não é de estranhar dado que continua a ser o preferido ao fim destes cinco anos (17 423).
Mas vamos aos números:

Top 10 geral

1.º Nómada – Stephenie Meyer 17 423
2.º No Teu Deserto – Miguel Sousa Tavares 15 945
3.º Marina – Carlos Ruiz Zafón 14 913
4.º A Invenção de Hugo Cabret  – Brian Selznick 14 088
5.º Margarida Rebelo Pinto apresenta O dia em que te esqueci a 25 de Novembro 13 143
6.º História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar  – Luis Sepúlveda, com ilustrações de Sabine Wilharm 12 857
7.º Gailivro ataca 2010 com zombies e Christopher Paolini 7 089
8.º O Coração das Trevas – Joseph Conrad 6 246
9.º O Planalto e a Estepe – Pepetela 5 977
10.º About Rui Azeredo 4 885

Top 10 do último ano

1.º Nómada – Stephenie Meyer 2231
2.º O Coração das Trevas – Joseph Conrad 2029
3.º No Teu Deserto – Miguel Sousa Tavares 1932
4.º Deus não gosta de nós – Hank Moody 1356
5.º José Rodrigues dos Santos romanceia vida de Calouste Gulbenkian em O Homem de Constantinopla, a sair a 19 de setembro 1343
6.º A Invenção de Hugo Cabret – Brian Selznick 1331
7.º História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar – Luis Sepúlveda, com ilustrações de Sabine Wilharm 1235
8.º O Corsário Negro – Emilio Salgari 1223
9.º Marina – Carlos Ruiz Zafón 1010
10.º Inferno, novo romance de Dan Brown, chega a Portugal em Julho 989

Perante estes números, resta-me agradecer as vossas visitas, naturalmente, assim como todo o apoio das editoras, desde os editores aos sempre prestáveis elementos dos departamentos de comunicação, sem esquecer, claro, os escritores, pois sem eles não haveria livros nem Porta-Livros.

Obrigado a todos e venha o sexto!

Rui Azeredo

A «Calafrios» está de volta e traz novidades

calafrios2Já está disponível no site A Filactera o 2.º exemplar da Calafrios!, revista de banda desenhada dedicada a histórias de terror publicadas nos EUA na década de 1950. A revista, criada e dirigida por Filipe Azeredo e com tradução de Patrícia Azeredo, apresenta neste segundo números duas novidades, a colaboração de André Azevedo (administrador do blogue BD no Sótão) na apresentação das três BD publicadas e a publicação de um conto da autoria de “Doc” Thor T. Ure. André Azevedo contextualiza e apresenta resumidamente os autores publicados nesta edição: Jack Katz, Bob Powell, Howard Nostrand e Jack Cole. O conto, intitulado A Harpa, vem na linha do que sucedia em algumas revistas que apresentavam desta forma um complemento às bandas desenhadas.
A revista pode ser lida online (ISSUU) ou transferida para computador ou tablet num dos formatos disponíveis (PDF ou CBR). Para a obter vá buscá-la ao site A Filactera.

Sugestão de Natal para os mais novos (dos 0 aos 17)

Deixo-vos agora umas quantas sugestões de Natal para os mais jovens e mais pequenos, grupo a que se entendeu chamar de infanto-juvenil, nome demasiado técnico para livros com tanta vida e cor.

ts-MRComeço pelos mais velhos de entre os novos, para quem sugiro uma boa história de aventuras escrita pelo «enérgico» James Patterson. Maximum Ride – Salvar o Mundo é o terceiro volume desta coleção, mas pode ser lido de forma independente. Está garantida muita ação, muita imaginação e nada de momentos mortos. Combates, viagens, reviravoltas, há de tudo neste livro (e na coleção) que entre nós é editada pela Topseller.
Sinopse: «Alerta! Um grupo de seis jovens com poderes extraordinários está em fuga. O seu líder é Maximum Ride, ou Max, uma rapariga de 14 anos que consegue voar. Deve ser considerada perigosa. Max e o seu bando estão destinados a grandes voos. Vivem em condições difíceis e não podem dar muito nas vistas. Afinal, seis miúdos com asas a atravessar os céus não passam despercebidos…
Nesta aventura o grupo vai ter de escapar ao terrível plano genocida criado por cientistas maléficos, os batas-brancas. E como se não bastasse, há um traidor entre eles. A união entre todos os elementos vai ser posta à prova enquanto enfrentam os inimigos mais poderosos de todos os tempos.
Será que um romance insuspeito, um blogue seguido por milhões de fãs e algumas revelações vão contribuir para que a missão de salvar o mundo seja realmente possível? Os leitores de James Patterson não vão descansar enquanto não tiverem a resposta certa. Mas cuidado: estas páginas são completamente viciantes.»

Como Treinar Teu DragaoTambém trepidante, enérgico e emotivo é sem dúvida Como Treinares o Teu Dragão, de Cressida Cowell, que foi editado pela Bertrand. Este livro dirige-se a um público um bocadinho mais jovem do que o de Maximum Ride, mas o prazer da leitura será idêntico. Recorde-se que esta obra deu origem a um dos melhores filmes de animação dos últimos anos, com o mesmo nome; presentemente passa na SIC aos sábados e domingos de manhã a série Dragões – O Esquadrão de Berk, que dá seguimento à história.
Sinopse: «Como Treinares o teu Dragão conta a atribulada aventura que Hiccup Hadoque Horrendo Terceiro tem para se tornar membro da tribo e tudo começa por passar no Programa de Iniciação aos Dragões. Ele tem de arranjar o seu próprio dragão e treiná-lo.
Será que o dragão que conseguiu apanhar se vai revelar o companheiro de que o Hiccup precisa, ajudando-o a tornar-se o Herói que o filho do Chefe da tribo deve ser? Para pôr o Hiccup e o Desdentado à prova, nada como um gigantesco dragão-marinho, que aparece na ilha de Berk para devorar todos os vikings!»

Aventuras de João Sem MedoAposta segura para adolescentes (e adultos) é o livro de José Gomes Ferreira, Aventuras de João Sem Medo, reeditado este ano pela Dom Quixote para assinalar o 50.º aniversário da obra. Incluído no Plano Nacional de Leitura, vai já na 37.ª edição, pelo que, se ainda não o fez, já estará na hora de o ler ou oferecer.
Sinopse: «João Sem Medo habita na aldeia Chora-Que-Logo-Bebes, cujos habitantes vivem presos à tradição de que tanto se orgulham: chorar de manhã à noite. Um dia, o nosso herói decide saltar o Muro que protege a aldeia da Floresta Branca, local onde “os homens, perdidos dos enigmas da infância, haviam estalado uma espécie de Parque de Reserva de Entes Fantásticos”. Tem assim início uma viagem surpreendente, na qual João Sem Medo se irá cruzar com bichas de sete cabeças, gigantes de cinco braços, fadas, bruxas, animais que falam e ainda com o mítico Príncipe das Orelhas de Burro.
História fantástica que recorre ao imaginário mágico, por vezes de inspiração surrealista, este romance de José Gomes Ferreira é um prodígio de efabulação e engenho narrativo.»

gatoJames Joyce, autor de Ulisses, não se tornou conhecido pelos seus contos infantis, mas não custa espreitar este O Gato e o Diabo, que foi entre nós editado pela Nova Vega. O livro, escrito em 1936 sobre forma de carta para o seu neto Stephen Joyce, foi ilustrado pelo croata Tomislav Torjanac.
Sinopse: «Havia em França uma cidade dividida por um grande rio que só podia ser atravessado de barco, o que dificultava a comunicação entre os habitantes. Um dia, o Diabo, sempre atento aos anseios das pessoas, visitou o Presidente da Câmara dessa cidade e propôs-lhe construir uma ponte que ligasse as duas margens do rio, a título quase, quase gratuito. Só queria mesmo levar para o Inferno a primeira pessoa que atravessasse a ponte. Mas o Presidente da Câmara, que era um político muito hábil, arranjou uma maneira de enganar o Diabo…»

Capa_450_piadasEste livro que se segue é para os mais pequenos, mas pode e deve ser lido por todos, pois não há quem não goste de uma boa anedota. Neste caso são 450 as propostas nesta obra da Booksmile, intitulada 450 Piadas = 1 Milhão de Risadas.
Sinopse: «As anedotas são uma excelente ferramenta para estimular o relacionamento social nas crianças, ajudam a enriquecer o vocabulário, e proporcionam momentos de bom humor.  E é do conhecimento comum que rir (o principal objetivo da piada) é um ato saudável, pois liberta endorfinas que nos proporcionam momentos de bem-estar e aliviam a tensão.
Com anedotas hiperanimadas e ilustrações mega-engraçadas, o resultado só poderia ser 1 milhão de risadas!
Um livro indispensável que todas as crianças deviam ter em casa para ler, e colocarem o sentido de humor dos pais à prova!»

pe-alfaJá para um público mais pequeno a sugestão é As Canções do Alfa, com todas os temas que Luísa Ducla Soares escreveu para esta personagem reunidas em livro e CD. O Alfa é o protagonista de um projeto criado pela Porto Editora, em 2009, para o 1.º ano do Ciclo do Ensino Básico. Trata-se de um extraterrestre amarelo, do planeta Maquineta, que chegou à Terra para aprender, ajudar a aprender e fazer amigos.
Sinopse: «Esta obra oferece uma forma divertida e original de aprender as letras, os números e as formas geométricas. Com ela, crianças dos 4 aos 6 anos podem ler e ouvir os poemas ou acompanhar a leitura com a música.
As Canções do Alfa é um livro que estimula a leitura, o canto e a dança, de forma divertida.»

os primeiros 5 anos - Flores_peqA sugestão que se segue destina-se a ser oferecida a bebés, embora caiba aos pais tomar as rédeas da situação. Falo de Os Meus Primeiros Cinco Anos, da fotógrafa Anne Geddes, já um verdadeiro clássico. Editado pela Bertrand, surge com três capas distintas, embora o interior seja igual para todos.
Sinopse: «O clássico de Anne Geddes é um diário que incentiva os pais a registar os momentos especiais dos filhos, do nascimento aos cinco anos de idade, incluindo espaços para inserir fotos, o primeiro aniversário, a primeira mecha de cabelo cortado, o primeiro dente caído, a impressão do pezinho e todos os pormenores a que a fotógrafa já nos habituou.»

os primeiros 5 anos - bolotas_peqos primeiros 5 anos - abelhinhas

«A Cúpula» chega até nós em formato televisivo e em papel

under-the-domeEstreia na próxima quinta-feira, dia 12, no canal Mov, a nova série Under the Dome, baseada na obra de Stephen King, A Cúpula, recentemente editada entre nós pela Bertrand em dois volumes. A adaptação televisiva é da autoria de Brian K. Vaughan, um dos produtores de Perdidos/Lost.
Estou muito curioso em ver a série, não o nego, mas para ser sincero estou ainda mais entusiasmado com os livros, pois não só aprecio o estilo de Stephen King como adoro histórias em pequenas cidades americanas, especialmente quando se passa lá algo bem misterioso.

cupula2-cupula1Sinopse dos livros: «Num bonito dia de outono, um dia perfeitamente normal, uma pequena cidade é súbita e inexplicavelmente isolada do resto do mundo por uma força invisível. Quando chocam contra ela, os aviões despenham-se, os carros explodem, as pessoas ficam feridas. As famílias são separadas e o pânico instala-se. Ninguém consegue compreender que barreira é aquela, de onde vem ou quando (se é que algum dia) desaparecerá.
Agora, um grupo de cidadãos intrépidos, liderado por um veterano da guerra do Iraque, toma as rédeas do poder no interior da cúpula. Mas o seu principal inimigo é a própria redoma. E o tempo está a esgotar-se…»

Sugestões de Natal para os mais crescidos

O tempo para as compras de Natal começa a escassear e por isso resolvi dar-vos uma ajuda. Segue-se aqui (mais) uma lista de sugestões de prendas, que tanto pode servir para o orientar na seleção de oferendas para os outros como para si próprio. Felizmente, não faltam livros interessantes e com as campanhas promocionais que por ainda abundam poderá encontrar muita coisa interessante.

O Boneco de NeveDada a quadra que atravessamos, nada melhor do que começar com O Boneco de Neve. Mas, atenção, nada de oferecer este a crianças, pois trata-se um boneco manchado de sangue. E só podia, pois é um thriller do norueguês Jo Nesbo, um dos mais conhecidos (e sangrentos) autores de policiais da atualidade e que entre nós é editado pelo Dom Quixote.
Sinopse: «Noite escura. Lá fora começa a nevar. A primeira neve do ano. No conforto da sua casa, Jonas acorda a meio da noite, chama pela mãe, mas o único rasto que encontra são as pegadas húmidas no chão das escadas. No jardim, a mesma figura solitária que vira durante o dia: o boneco de neve, agora banhado pelo luar, com os olhos negros fixos na janela do quarto. E no pescoço um agasalho: o cachecol cor-de-rosa que oferecera à mãe.
Encarregado da investigação, o Inspector Harry Hole está convencido de que existe uma ligação entre o estranho desaparecimento da mãe de Jonas e uma carta ameaçadora que recebeu alguns meses antes.»

Capa Alex Cross - A CaçaSem sair da temática criminal, sugiro também A Caça, mais uma aventura de Alex Cross escrita naquele jeito tão trepidante e frenético de James Patterson, autor que domina os tops norte-americanos e que coleciona sucessos um pouco por todo o mundo. Este A Caça é um policial que decorre a um ritmo galopante, com momentos de extrema violência e que nos leva dos EUA a África, a África violenta das grandes cidades e das zonas remotas. Se gostar de policiais que não nos permitem respirar, este livro editado pela Topseller é indicado para si.
Sinopse: «Uma cidade mergulhada no caos. Um assassino de uma crueldade assombrosa. Só um homem será capaz de o travar.
O detetive Alex Cross é chamado ao local do pior crime a que alguma vez assistiu. Uma família inteira foi assassinada de forma brutal e impiedosa, e uma das vítimas era uma antiga paixão sua.
O mesmo tipo de crimes sucede-se, mantendo um padrão semelhante: a morte de famílias inteiras, cujos corpos são depois objeto de uma crueldade violenta. Alex Cross e a sua namorada atual, Brianna Stone, mergulham neste caso e enredam-se na teia do mortífero submundo de Washington DC. Aquilo que descobrem é tão chocante que mal conseguem compreendê-lo: os assassinos pertencem a um gangue altamente organizado, encabeçado por um diabólico senhor da guerra conhecido como Tigre. Quando o rasto deste temível assassino desemboca em África, Alex sabe que tem de segui-lo. Desprotegido e só, Alex é torturado e perseguido pelo gangue do Tigre.
Conseguirá Alex caçar o seu inimigo, ou será ele próprio a caça?»

SonoDeixemos o sangue e a ação de parte por agora, e dediquemo-nos ao Sono. Este é o título de mais uma obra de Haruki Murakami, que surge numa bela edição de capa dura da Casa das Letras, com a «agravante» ainda de vir recheado com ilustrações atraentes de Kat Menschik.
Sinopse: «“Há dezassete dias que não durmo”.
Assim tem início a história que Haruki Murakami imaginou e escreveu sobre uma mulher que, certo dia, deixou de conseguir dormir. Pela calada da noite, enquanto o marido e o filho dormem o sono dos justos, ela começa uma segunda vida. E, de um momento para o outro, as noites tornam-se de longe mais interessantes do que os dias… mas também, escusado será dizer, mais perigosas.»

Hobbit2013E eis-nos chegados a um verdadeiro clássico, e por isso muito adequado para oferecer, pois para obter tal estatuto é porque já conquistou as graças do público. E quem poderá dizer o contrário em relação a O Hobbit, de J.R.R. Tolkien? Ainda para mais, o segundo «tomo» do filme está aí a estrear e a Europa-América apostou em refrescar o romance com uma nova capa.
Sinopse: «Esta é a história da aventura de um Baggins, que deu consigo a fazer e a dizer coisas completamente impensáveis…
Bilbo Baggins é um hobbit que desfruta de uma vida confortável e sem qualquer ambição. Ele raramente se aventura em viagens, não indo mais longe do que até à dispensa de sua casa, no Fundo do Saco. Mas este conforto será perturbado por Gandalf, o feiticeiro, e por um grupo de treze anões, que num belo dia chegam para o levar numa viagem “de ida e volta”. Eles têm um plano para pilhar o espantoso tesouro de Smaug, o Magnífico, um dragão enorme e extremamente perigoso.
Encontros inesperados com elfos, gnomos e aranhas gigantes, um dragão que fala, e ainda a presença involuntária na Batalha dos Cinco Exércitos, são apenas algumas das experiências por que Bilbo passará.»

civ-transColum McCann é o senhor que se segue nesta lista de sugestões. Transatlântico é o nome do romance, editado pela Civilização, que nos leva em viagens contínuas, no espaço e no tempo, entre a América e a Irlanda. O que não é de estranhar num escritor nascido em Dublin, mas que vive em Nova Iorque.
Sinopse: «1919. Emily Ehrlich vê dois aviadores, Alcock e Brown, erguerem-se do massacre da Primeira Guerra Mundial para pilotar o primeiro voo transatlântico sem paragens, desde a Terra Nova até ao Oeste da Irlanda. Entre as cartas levadas no avião, está uma que só será aberta quase cem anos mais tarde.
1998. O Senador George Mitchell atravessa repetidamente o oceano em busca da promessa de paz na Irlanda. Quantas mães e avós enlutados terá ele ainda de conhecer até ser alcançado um acordo?
1845. Frederick Douglas, um escravo negro americano, desembarca na Irlanda para promover ideias de democracia e liberdade, e depara-se com uma onda de fome. Nas suas viagens, inspira uma jovem criada a ir para Nova Iorque ao encontro de um mundo livre, mas nem sempre o país cumpre a sua promessa. Dos violentos campos de batalha da guerra civil aos lagos gelados do Missouri, é a sua filha mais nova, Emily, quem acaba por encontrar o caminho de regresso à Irlanda.
Podemos passar do mundo novo para o velho mundo? Como é que o passado molda o futuro?»

EquadorMas se prefere literatura portuguesa, pode estar na altura de voltar a pensar em Miguel Sousa Tavares, que viu recentemente o seu Equador receber uma edição comemorativa do seu décimo aniversário, desta feita com a chancela Clube do Autor. Não há como dar a volta, Equador é efetivamente um dos livros portugueses mais marcantes deste início de século e uma prenda segura para oferecer neste Natal… desde que o beneficiado não seja um professor, naturalmente J
Sinopse: «Equador é um retrato brilhante da sociedade portuguesa nos últimos dias da Monarquia, uma obra que traça um paralelo entre os serões mundanos da capital e o ambiente duro e retrógrado das colónias. Comovente e perturbador, continua a ser um dos romances mais admirados de Miguel Sousa Tavares.
Quando naquela manhã chuvosa de Dezembro de 1905, Luís Bernardo é chamado por El-Rei D. Carlos a Vila Viçosa, não imaginava o que o futuro lhe reservava. Não sabia que teria de trocar a sua vida despreocupada na sociedade cosmopolita de Lisboa por uma missão tão patriótica quanto arriscada na distante ilha de S. Tomé. Não esperava que o cargo de governador e a defesa da dignidade dos trabalhadores das roças o lançassem numa rede de conflitos e interesses com a metrópole. E não contava que a descoberta do amor lhe viesse mudar a vida.»

aa-lorcaSe prefere oferecer poesia, como evitar Federico García Lorca, de quem recentemente foi editada uma antologia pela Assírio & Alvim, intitulada… Poemas? Simples e direto! Trata-se de uma seleção de Eugénio de Andrade, que também traduziu a obra.
Aqui não há sinopses, pois o melhor é mesmo deixar-vos com um dos poemas:
O Silêncio
Ouve, meu filho, o silêncio.
É um silêncio ondulado,
um silêncio
donde resvalam ecos e vales,
e que inclina a fronte
para o chão.

Deixemos então a ficção e dediquemo-nos a um tipo de livros que tem um nome um pouco «estranho». Trata-se da não-ficção, onde se inclui de tudo um pouco, desde que seja real. Documentos, biografia, história, etc.

ca-guerraComeço por um tema nada natalício, mas sem dúvida muito interessante: a Primeira Guerra Mundial. O Clube do Autor lançou recentemente o quinto livro da coleção de obras do Canal História, que se intitula A História da Grande Guerra.
Sinopse: «Trata-se pois de um livro fundamental para conhecer toda a história do conflito que fez cerca de 10 milhões de mortos em combate, o triplo de feridos e deixou seis milhões e meio de inválidos, mais de quatro milhões de viúvas e o dobro de órfãos. O rastro de destruição na Europa foi avassalador e as suas consequências duradouras.
Antecipando a comemoração do centenário da Primeira Guerra Mundial, que se assinala em 2014, este livro evoca o período mais conturbado da nossa história recente e segue o rasto da violência em grande escala que assolou a Europa no verão de 1914.
Desde a Belle Époque aos primeiros confrontos, passando pelas novidades bélicas e pelo papel das mulheres durante aquele período, e até ao renovado mapa da europa, A História da Grande Guerra é um livro essencial para todos os que se interessam pela nossa História.»

civ-infernoMas passo da Primeira para a Segunda Guerra Mundial, sugerindo Inferno – O Mundo em Guerra: 1939-43, do jornalista e historiador Max Hastings, que foi editado pela Civilização.
Sinopse: «Inferno reflete os 35 anos de pesquisa de Max Hastings sobre a Segunda Guerra Mundial e descreve a trajetória dos acontecimentos, concentrando-se sobretudo na experiência humana, que foi radicalmente diferente de campanha para campanha e de continente para continente.
O autor destaca a frente russa, onde morreram mais de noventa por cento dos soldados alemães que pereceram nesta guerra. Argumenta que, embora o exército de Hitler combatesse muitas vezes de forma brilhante, os Nazis conduziam o esforço de guerra com “espantosa incompetência”.
Sugere que a marinha britânica e americana prestaram os mais notáveis serviços de combate dos seus países, mas que o contributo da indústria americana foi muito mais importante para a vitória dos Aliados do que o próprio exército americano.
Algumas das explicações e comentários de Hastings vão surpreender os estudiosos deste conflito, havendo descrições vívidas de tragédias e triunfos de uma série de pessoas comuns, militares e civis. “O cliché é absolutamente verdade”, afirma o autor. “Entre 1939 e 1945 o mundo viu seres humanos mergulharem na mais profunda vilania, e outros alcançarem o auge da coragem e da nobreza.” Esta é a “história do homem comum”, uma tentativa de responder à pergunta: “Como foi a Segunda Guerra Mundial?”, e também uma visão global do conflito.

asa-interiorMudando radicalmente de tema, que tal oferecer um livro de Paul Auster? É garantido que está bem escrito, pelo que o risco é mínimo. Falo de Relatório do Interior, editado pela ASA, uma obra que, como o título indica, leva o leitor ao interior do autor. Mas qualquer viagem ao interior de alguém é inevitavelmente uma viagem ao mundo que o rodeia e condiciona, por isso, ao ler-se este relatório está-se a conhecer também uma certa América. E garanto-vos que é uma leitura bem interessante.
Sinopse: «No início, tudo estava vivo.
Os mais pequenos objetos eram dotados de corações pulsantes, e até as nuvens tinham nomes…
Figura cimeira da literatura mundial, Paul Auster escreveu no notável Diário de Inverno as memórias do seu “eu” físico. Em Relatório do Interior, vai mais além ao explorar a sua mente, a sua memória e as influências que fizeram dele o homem que atualmente é.
Do mundo pequeno e protegido da sua infância – na sua essência, o universo –, ao mundo grande que ainda hoje está a descobrir, Paul Auster revela-se corajosamente na sua mais profunda intimidade.»

Joaquim Furtado apresenta hoje (10 de dezembro) «O Muro», de Afonso Valente Batista

Kfrente_OMuro_300dpisHoje, 10 de dezembro, pelas 18h30, será apresentado pelo jornalista Joaquim Furtado o romance O Muro, de Afonso Valente Batista, editado pela Glaciar. A apresentação desta obra baseada em factos reais terá lugar na sede do espaço BES Arte & Finança, na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa. Afonso Valente Batista é o autor de Descubra o Líder Que Há em Si, A Voz das Pedras e A Indiferença É Morrer com a Solidão aos Pés da Cama.

Sobre o livro: «Dizem que a memória costuma ser ficção. E que a ficção não passa da soma de memórias inventadas. Neste livro, a ficção é a memória mais fiel de um acontecimento extremo que salvou um grupo de soldados.
Era a Guerra Colonial e, como tantos, também eles sentiam a vida a desaparecer lentamente até se apagar com tiro. Só um muro – o Muro – os conseguiu salvar da loucura. Uma história imperdível.
De pestana murcha, lá fomos, marchando para o embarcamento com mil lágrimas reprimidas, com o coração esfarrapado entre a inércia, o medo e a ausência de coragem, subindo para a enorme coisa branca de cujas entranhas saía um ruído soturno, absoluto, inexorável, e que marcaria, para sempre, a memória de o ter ouvido em tantos dias, tantos quantos foram aqueles em que fomos depositados no suplício que nos levaria para onde, mistérios insondáveis, depurações de mimos e raivas contidas, nos haviam de dar a conhecer quem éramos e quem não queríamos ser. Afonso Valente Batista»