Da Costa Rica às Ilhas Virgens

O painel de estatísticas deste blog apresenta desde há dias um mapa indicativo da origem geográfica dos visitantes do Porta-Livros. Que recebe muitas visitas do Brasil, já eu tinha percebido, mas não fazia ideia de que era quase metade das oriundas de Portugal.
A grande distância vêm os EUA, mas curioso, curioso, é verificar que praticamente todos os dias o Porta-Livros é visitado por uma pessoa na Costa Rica. Se é sempre o mesmo visitante, não faço ideia, mas se é só me resta agradecer-lhe por diariamente atravessar o Atlântico para saber algo mais sobre o que se passa a nível de livros em Portugal.
Fica assim personalizado neste persistente visitante da Costa Rica o obrigado a todos os que do estrangeiro vêm espreitar este blog português.

PS – Hoje pela primeira vez apareceu um visitante das Ilhas Virgens Britânicas.

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Philippe Claudel regressa com «A Investigação», editado pela Sextante

O francês Philippe Claudel, sem dúvida um dos meus escritores preferidos (não tivesse ele escrito preciosidades como Almas Cinzentas, O Relatório de Brodeck e A Neta do Sr. Linh), está de regresso às livrarias portuguesas, agora editado pela Sextante, com A Investigação. O livro sai a 3 de Abril e é inspirado na vaga de suicídios ocorrida na France Telecom em 2009. Philippe Claudel vai participar na Feira do Livro de Lisboa, no feriado de 25 de Abril.

Sobre o livro: «“Não é olhando que descobrirás.” Como pôde o Investigador adivinhar? Como pôde saber que esta investigação de rotina seria a última da sua vida?
Encarregado de descobrir as causas de uma onda de suicídios numa grande empresa, o Investigador sucumbe gradualmente à ansiedade. O hotel onde se instala é abrigo não só de turistas, como de gente deslocada e estranha. Na empresa onde investiga, ninguém o apoia e o clima é hostil. Terá caído numa armadilha, será vítima de um pesadelo demasiado real? Não consegue comer, beber ou dormir, e as suas perguntas só dão origem a mais perguntas. À medida que faz algumas descobertas, interroga-se se não se tornará ele na nova presa a ser esmagada por aquela máquina infernal. E começa a compreender a nossa impotência face a um mundo que nós próprios construímos e que conduz à nossa destruição.»

Clube do Autor edita «Bang-Bang Club», do fotojornalista português João Silva

Bang-Bang Club, livro do fotojornalista português João Silva e de Greg Marinovich, chega a Portugal a 4 de Abril e fornece, segundo a editora Clube do Autor, «um retrato impressionante do jornalismo de guerra».

Sobre o livro: «Até onde se pode ir para obter uma boa imagem? Uma foto vale uma vida?
A cobertura de conflitos é perigosa para todos os envolvidos, mas os fotógrafos são, talvez, os mais expostos. Bang-bang Club é um retrato vivo e extremamente pessoal sobre a guerra e o fotojornalismo, escrito por dois homens cuja vida e trabalho testemunham até onde um jornalista está disposto a ir para contar a verdade.
Durante os últimos e sangrentos dias do apartheid, quatro jovens fotógrafos, amigos e simultaneamente concorrentes, juntavam-se para fazer a cobertura da violência que assolava as cidades segregadas para negros na África do Sul. Greg Marinovich e João Silva contam a história comovente do Bang-Bang Club, uma alcunha dada aos quatro amigos pela imprensa sul-africana e internacional por causa dos extremos intrépidos, e por vezes imprudentes, a que muitas vezes chegavam no intuito de captar em película as imagens violentas do conflito.»
Ken Oosterbroek, Kevin Carter, vencedor do Prémio Pulitzer com a célebre fotografia da criança e do abutre, Greg  Marinovich e João Silva não só trabalharam juntos com arriscaram a vida juntos. É precisamente com a morte de Ken, vítima de uma bala perdida que começa a narrativa de Bang-Bang Club, um livro complexo, profundo e inesperado sobre a natureza humana.»

Sobre os autores

João Silva é fotojornalista do New York Times e um dos mais experientes e prestigiados do mundo. As muitas distinções pelo seu trabalho incluem, por exemplo, a de Fotógrafo do Ano da Imprensa Sul-Africana em 1992. Em Outubro de 2010, quando estava em reportagem no Afeganistão, ficou gravemente ferido ao pisar uma mina, tendo-lhe sido amputadas as duas pernas. Cerca de nove meses depois, já fotografava para a primeira página do New York Times, mostrando a sua forte determinação.

Greg Marinovich
é realizador de documentários, fotógrafo e escritor. Tem trabalhado como freelancer para várias publicações internacionais, designadamente Time, Newsweek, New York Times, Washington Post e Associated Press. Ganhou numerosos prémios pelas suas fotografias, incluindo o Prémio Pulitzer na categoria de Fotografia Instantânea, em 1991.»

«O Intrínseco de Manolo» marca a estreia de João Rebocho Pais

A Teorema lança a 28 de Abril O Intrínseco de Manolo, romance de estreia do português João Rebocho Pais.

Sinopse: «Na aldeia alentejana de Cousa Vã — vizinha da espanhola Ciudad del Sol — o nome de Manolo anda nas bocas escancaradas dos que passam as tardes na tasca a aviar minis, quiçá para que ninguém repare no que realmente se passa em suas casas — e talvez seja melhor assim. É, porém, facto indesmentível que Maria tem o hábito de desaparecer às sextas-feiras — e isso basta para que a mediocridade omnipresente faça do marido um adornado e da chacota um estranho alívio para a dureza dos dias.

Com um trabalho notável na composição das figuras e uma recuperação inteligente da linguagem popular de um Alentejo quase mítico, João Rebocho Pais estreia-se na ficção com um romance terno, mágico e, ocasionalmente, escatológico sobre o poder da excepção sobre a regra.»

«Caligrafia dos Sonhos», de Juan Marsé, chega a 21 de Abril

A Dom Quixote lança a 21 de Abril Caligrafia dos Sonhos, romance de Juan Marsé que tem o prefácio assinado por António Lobo Antunes. Nesse mesmo dia sai O Testamento Final da Bíblia Sagrada, de James Frey. Mas antes, a 14 de Abril, a editora prossegue a edição das obras de John le Carré, desta vez com Um Espião Perfeito.

Caligrafia dos Sonhos – Juan Marsé
«Em meados dos anos quarenta, Ringo é um rapazinho de quinze anos que passa as horas mortas no bar da senhora Paquita, movendo os dedos sobre a mesa, como se praticasse as lições de piano que a família já não lhe pode pagar. Nessa taberna do bairro de Gracia, o miúdo é testemunha da história de amor de Vicky Mir e do senhor Alonso: ela, uma mulher entrada em anos e abundante de carnes, massagista de profissão, ingénua e apaixonadiça; ele, um cinquentão garboso que acabou por se instalar em sua casa. Ali vivem, junto de Violeta, a filha da senhora Mir, até que sucede algo inesperado: um domingo à tarde, Vicky deita-se nas linhas mortas de um elétrico tentando um suicídio impossível e patético, e o senhor Alonso desaparece para não voltar.»

O Testamento Final da Bíblia Sagrada – James Frey
O que faria se descobrisse que o Messias estava vivo? A viver em Nova Iorque. Se o encontrasse acreditaria n’Ele?
James Frey não é como os outros escritores. Já foi chamado de mentiroso, vigarista, burlão. Já foi chamado de salvador, revolucionário, génio. Devido às suas polémicas, já foi processado por leitores, abandonado por editoras, repreendido na televisão e condenado pelos media. Já foi forçado a exilar-se e a esconder-se. Mas ele é também um autêntico fenómeno editorial, publicado em trinta e nove línguas e adorado pelos seus leitores. E o que assusta verdadeiramente as pessoas é o facto de ele brincar com a verdade; essa linha ténue entre facto e ficção.
Esta é a sua obra mais controversa e será adaptada ao cinema.»

Um Espião Perfeito – John le Carré
«“Magnus Pym”, explicou um dia John le Carré, “é o arquétipo do agente duplo que existe em cada um de nós.” E é bem provável que esta seja, de facto, a chave para a compreensão de Um Espião Perfeito, unanimemente reconhecido pela crítica como a mais importante e a mais autobiográfica das obras do autor.
Publicado em 1986, Um Espião Perfeito rapidamente foi aclamado como um livro superior e tornou-se um imenso sucesso em todos os países onde foi editado.»

«Os Sítios sem Resposta» assinala regresso de Joel Neto à ficção

Joel Neto regressa à ficção com Os Sítios sem Resposta, romance que será editado pela Porto Editora a 3 de Abril. O lançamento oficial do livro está marcado para 18 de Abril, às 18h30, no restaurante do El Corte Inglés de Lisboa, com apresentação a cargo de António-Pedro Vasconcelos.

Sinopse: «Um homem muda de tudo: muda de mulher e de partido, muda de religião e até de sexo – muda daquilo que quiser, menos de clube de futebol. Miguel João Barcelos mudou. Atrás, tem dois casamentos fracassados, uma monótona carreira de profissional de seguros e uma longa história de serões passados ao lado do pai, chorando algumas das mais belas e irresistíveis derrotas do Sporting. Agora, começou a sofrer pelo Benfica. E é quando se prepara para confessar o seu crime que vê entrar em cena uma misteriosa executiva de saltos altos, determinada a virar do avesso todas as certezas sobre as quais esperava erguer o seu projeto de nascer de novo. Um fresco sobre a solidão que é, ao mesmo tempo, uma viagem ao coração dos homens e um tributo ao indecifrável poder das mulheres. Dez anos depois de O Citroën que Escrevia Novelas Mexicanas, Joel Neto regressa à ficção – e para ficar.»

Manuel Alegre regressa à poesia com «Nada Está Escrito»

Nada Está Escrito, novo livro de poesia de Manuel Alegre, será a lançado a 7 de Abril pelas Publicações Dom Quixote.

Sobre o livro: «Manuel Alegre volta, neste novo livro, a confrontar a sua poesia com as grandes questões: o sentido da vida e as incertezas, interrogações e angústias deste nosso tempo. Uma poesia, nas palavras de Frederico Lourenço, que “não esconde o sofrimento e a dor da existência humana, mas que nunca aceita a resignação ou o pessimismo”. Um novo poema de Manuel Alegre, diz Lourenço, “afigura-se-nos sempre como um fenómeno incrível de originalidade.”»

Bertrand reedita «Romance da Raposa» e «História (Mesmo) Breve de Quase Tudo

A Bertrand, já pensar no Dia Mundial da Criança (1 de Junho), reeditou duas obras infantis de referência: Romance da Raposa, de Aquilino Ribeiro, e História (Mesmo) Breve de Quase Tudo, de Bill Bryson.

Romance da Raposa – Aquilino Ribeiro, com ilustrações de Benjamin Rabier
«Aquilino Ribeiro (1885-1963), prosador de uma riqueza lexical só comparável à de Camilo Castelo Branco, é um dos autores mais emblemáticos da Bertrand Editora. As suas obras, de fortes tons picarescamente realistas e rara intensidade sensorial, retratam ambientes genuinamente portugueses e gentes rudes e voluntariosas. Prosseguindo o seu constante labor de dar a conhecer às novas gerações os mais talentosos escritores do seu catálogo, a Bertrand relança agora Romance da Raposa (1924). Trata-se de uma narrativa infantil de requintado virtuosismo estilístico, aqui numa edição em que se substituíram as ilustrações a preto e branco (utilizadas a partir dos anos de 1960) pelas originais a cores, da autoria de Benjamin Rabier. Uma solução plástica que se adequa na perfeição à fábula e que faz deste livro um objeto único.
Esta edição de Romance da Raposa é, pois, um regresso à versão original de um livro que gerações e gerações de crianças portuguesas leram.»

História (Mesmo) Breve de Quase Tudo – Bill Bryson
«A Bertrand reedita a divertida e educativa obra de Bill Bryson – História (Mesmo) Breve de Quase Tudo, uma edição para os mais pequenos do seu êxito Breve História de Quase Tudo. Neste livro, Bryson responde de forma divertida, simples, verdadeira e original a questões como:
O que aconteceu aos Dinossauros?
De que tamanho é o Universo?
Quanto pesa a Terra?
Porque são os oceanos salgados?
Vai cair-nos um meteorito em cima?
Numa linguagem clara e acessível, ensina os mistérios do Tempo e do Espaço e de quase tudo o que aconteceu e acontece no nosso planeta. Para escrever este livro, conheceu diversos cientistas bizarros, teorias loucas e importantes descobertas da Ciência.»

Fernando Dacosta, Domingos Amaral e Hermann Hesse enriquecem colecção BIS-Leya

Colecção BIS-Leya é enriquecida no dia 27 de Março com três novos livros: Máscaras de Salazar, de Fernando Dacosta, Quando Lisboa Tremeu, de Domingos Amaral, e Siddartha, de Hermann Hesse.

Mascaras de Salazar – Fernando Dacosta
«Máscaras de Salazar é a recriação de uma crónica pessoal a partir de testemunhos, de diálogos, de declarações, de conferências, de segredos que Fernando Dacosta teve com vários protagonistas (e opositores) do Estado Novo, inclusive Salazar. Para julgar é preciso compreender. Daí o contributo deste livro, memórias de gerações de pessoas convictas de um desígnio que foi morrendo com elas. É urgente reter a palavra, o testemunho com que influenciaram para sempre o nosso presente e futuro.»

Quando Lisboa Tremeu – Domingos Amaral
«Lisboa, 1 de Novembro de1755. Amanhã nasce calma na cidade, mas na prisão da Inquisição, no Rossio, irmã Margarida, uma jovem freira condenada a morrer na fogueira, tenta enforcar-se na sua cela. Na sua casa em Santa Catarina, Hugh Gold, um capitão inglês, observa o rio e sonha com os seus tempos de marinheiro. Na Igreja de São Vicente de Fora, antes de a missa começar, um rapaz zanga-se com a mãe porque quer voltar a casa para ir buscar a sua irmã gémea. Em Belém, um ajudante de escrivão assiste à missa, na presença do Rei D. José. E, no Limoeiro, o pirata Santamaria envolve-se numa luta feroz com um gangue de desertores espanhóis.
De repente, às 9h30, a cidade começa a tremer. Com uma violência nunca vista, a terra esventra-se, as casas caem, os tectos das igrejas abatem, e o caos gera-se, matando milhares. Nas horas seguintes, uma onda gigante submerge o Terreiro do Paço e durante vários dias incêndios colossais vão aterrorizar a capital do reino.»

Siddhartha – Hermann Hesse
«Siddhartha, filho de um brâmane, nasceu na Índia no século VI a.C. Passa a infância e a juventude isolado das misérias do mundo, gozando uma existência calma e contemplativa. A certa altura, porém, abdica da vida luxuosa, protegida, e parte em peregrinação pelo país, onde a pobreza e o sofrimento eram regra. Na sua longa viagem existencial, Siddhartha experimenta de tudo, usufruindo tanto das maravilhas do sexo, quando do jejum absoluto. Entre os intensos prazeres e as privações extremas, termina por descobrir “o caminho do meio”, libertando-se dos apelos dos sentidos e encontrando a paz interior. Em páginas de rara beleza, Siddhartha descreve sensações e impressões como raramente se consegue. Lê-lo é deixar-se fluir como o rio onde Siddhartha aprende que o importante é saber escutar com perfeição.»

«Todas as Cores do Vento» assinala vinte anos de carreira de Miguel Miranda

Miguel Miranda celebra em 2012 duas décadas de carreira literária, data que assinala com a edição do romance Todas as Cores do Vento, lançado pela Porto Editora.
O livro será apresentado a 29 de Março, pelas 21h00, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, com a apresentação de Manuel António Pina e interpretação de obras de Villa-Lobos pelo pianista Joaquim de Carvalho. A apresentação em Lisboa será a 19 de Abril, às 18h30, no restaurante do El Corte Inglés, por Fernando Póvoas e pelo jornalista José Mário Silva, seguindo-se uma tertúlia sobre o diálogo inter-religioso e intercultural, com a participação do Sheik Davi Munir, líder da comunidade islâmica e da mesquita de Lisboa, e de José Ruah, vice-presidente da comunidade israelita de Lisboa.

Sinopse: «No mesmo prédio habitam um poeta, um judeu ortodoxo, um palestiniano, uma testemunha de Jeová e uma mulher agnóstica. E um gato. Cada um vive encerrado na sua masmorra, exceto o gato, que será testemunha das tensões, ódios, paixões e conflitos religiosos que surgirão entre os inquilinos. Num quotidiano tantas vezes mais absurdo do que seria de crer, gera-se o preconceito, as pequenas obsessões agigantam-se, e os personagens tornam-se sobreviventes de uma guerra contemporânea.
Todas as Cores do Vento constrói, com grande delicadeza e precisão, uma trama tensa e forte, revelando a mestria de um escritor que já nos habituou ao seu olhar sobre o mundo: atento, inteligente, perspicaz e crítico.»