Vencedor do desafio Porto Editora “Quem Matou o General Zia?”

pe-mangas1Nuno Ricardo Moreira Gonçalves, de Vila de Punhe, foi o vencedor do desafio “Quem Matou o General Zia?”, organizado em parceira com a Porto Editora. Este concorrente foi o primeiro a responder, no dia 22 de Junho, às quatro questões colocadas relativas à obra que agora vê o seu título revelado. Trata-se de “O Caso das Mangas Explosivas”, de Mohammed Hanif, vencedor do Commonwealth Writers’ Prize 2008 e nomeado para o Booker Prize. O romance chega às livrarias a 15 de Julho, mas o vencedor receberá ainda antes a obra em sua casa. Parabéns e obrigado a todos os participantes.

As respostas correctas eram as seguintes:

Pergunta 1
Que poeta alemão perpetua os seus textos no papel amarrotado escondido debaixo do colchão do narrador?
Resposta: Rilke

Pergunta 2
Qual a sigla que identifica os serviços secretos referidos no excerto?
Resposta: ISI

Pergunta 3
Com base na informação que o texto lhe dispensa, identifique o país onde se desenrola a acção?
Resposta: Paquistão

Pergunta 4
Que personagem interpretou o narrador no espectáculo de variedades anual que protagonizou?
Resposta: Águia (imperialista)

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Passatempo Presença – “Putin e o Despertar da Rússia”

pre_Putin Despertar da RússiaO Porta-Livros, em mais uma parceria com a Editorial Presença, vai realizar a 2 de Julho (quinta-feira) um passatempo relativo ao lançamento de “Putin e o Despertar da Rússia”, obra assinada por Michael Stuermer, que nesse mesmo dia é colocada à venda.
Temos para oferecer exemplares desta obra, que serão oferecidos aos três primeiros leitores que respondam acertadamente a três questões relativas ao livro.
Esteja atento, às 11h00 de quinta-feira (2 de Julho) será lançado o passatempo.
Sinopse da obra: “Numa altura em que a ordem internacional descreve uma clara viragem a Leste, o conceituado autor Michael Stuermer traz-nos um ensaio político brilhante que nos revela a sua visão pessoal, oportuna e assertiva do que a Rússia representa para o futuro das relações internacionais. O rumo a seguir dependerá em grande parte do Ocidente, da sua capacidade para compreender quais os interesses nacionais russos e quem é o homem com a capacidade para os definir e implementar. Nesse sentido, esta obra reveste-se de extraordinário interesse ao traçar o perfil de Vladimir Putin e contextualizar o seu percurso identificando as implicações que poderá ter a nível global.”
O autor, Michael Stuermer, nascido na Alemanha, é professor de História da Idade Média e da Idade Moderna na Universidade de Erlangen-Nuremberga e professor convidado em universidades como Harvard, Princeton ou a Sorbonne. Foi conselheiro político do chanceler Helmut Kohl na década de 80 e tem dedicado os últimos anos ao jornalismo como correspondente-chefe para o jornal Die Welt. É autor de uma série de livros sobre diversas temáticas, entre as quais a Europa e o Médio Oriente.

“No Teu Deserto”, o “quase romance” de Miguel Sousa Tavares, sai a 7 de Julho

ol-desertoMSTO novo livro de Miguel Sousa Tavares, um “quase romance” (como o classificou) intitulado “No Teu Deserto”, chega às livrarias a 7 de Julho, sendo uma edição da Oficina do Livro. A obra tem 128 páginas.
Segundo o site Diário Digital, Miguel Sousa Tavares, na Comunidade de Leitura da Livraria Almedina do Atrium Saldanha, em Lisboa, disse que este livro é “quase um diário de viagem” ou “quase um romance de amor”.
Na nota de imprensa divulgada pela Oficina do Livro surge este texto: “Esta história que vos vou contar passou-se há vinte anos. Passou-se comigo há vinte anos e muitas vezes pensei nela, sem nunca a contar a ninguém, guardando-a para mim, para nós que a vivemos. Talvez tivesse medo de estragar a lembrança desses longínquos dias, medo de mover, para melhor expor as coisas, essa fina camada de pó onde repousa, apenas adormecida, a memória dos dias felizes.”
Miguel Sousa Tavares, que exerceu advocacia antes de se dedicar ao jornalismo e à escrita, é ao autor do livro de reportagem “Sahara, a República da Areia” e do livro de viagens “Sul”. Publicou as compilações de crónicas “Um Nómada no Oásis”, “Anos Perdidos” e “Não te deixarei morrer, David Crockett”. Em 2003 lançou “Equador”, um dos maiores sucessos da história editorial portuguesa, com 370 000 exemplares vendidos e vencedor da 25ª edição do Prémio Grinzane Cavour para o melhor romance estrangeiro do ano em Itália. Em 2007 lançou o seu segundo romance, “Rio das Flores”, vencedor do prémio do Clube Literário do Porto.
Miguel Sousa Tavares escreveu dois livros infanto-juvenis: “O Segredo do Rio” e “O Planeta Branco”.
Actualmente, é cronista no jornal Expresso e em A Bola e na revista GQ, assim como comentador político na TVI.

Bertrand lança “O Último Patriota”, de Brad Thor

ultimo patriota01.aiA Bertrand lançou recentemente “O Último Patriota”, segunda obra que edita do escritor norte-americano Brad Thor, autor de “O Primeiro Mandamento”.
Neste romance, Scot Harvath, agente secreto envolvido na luta contra o terrorismo e antigo membro dos SEAL da Marinha dos Estados Unidos, tem de correr contra o tempo para localizar um segredo antigo que poderá pôr termo às actividades dos terroristas islâmicos.
A acção deste thriller de espionagem desloca-se no tempo até Junho de 632, quando, nas profundezas do Vale de Uranah, no Monte Arafat, em Meca, o Profeta Maomé partilha uma última e surpreendente revelação com os seus companheiros mais chegados. Mas, poucos dias depois morre assassinado. Já em Setembro de 1789 Thomas Jefferson, ministro dos Estados Unidos em França, encarregado de negociar a paz com os piratas da Berbéria, faz uma descoberta impressionante que poderá mudar o relacionamento de todo o mundo com o Islão.
De volta ao presente, a acção arranca com a explosão de um carro armadilhado à porta de um café em Paris. Scot Harvath é impelido a regressar à vida anterior que tentava desesperadamente abandonar, pois ao salvar o alvo dos atacantes passa a integrar um arriscado esquema destinado a desvendar um segredo tão perigoso que poderá esvaziar definitivamente de conteúdo o islamismo fanático, sem disparar um tiro, colocar uma bomba ou desencadear uma operação secreta. Enquanto o governo americano se esforça para trazer o segredo à luz do dia, outras forças poderosas estão apostadas em contrariá-lo.

Escritores portugueses e galegos debatem em Gaia, a 2 e 3 de Julho, a fronteira como união da literatura

gaia-xavier1Doze escritores galegos e portugueses vão debater, a 2 e 3 de Julho, o tema “Literatura: a fronteira como união”, num encontro luso-galaico de escritores integrado no programa Gaia 2009, Capital da Cultura do Eixo Atlântico.
No âmbito do encontro, que terá lugar na sala de conferências do El Corte Inglés de Gaia, haverá uma sessão aberta ao público, quinta-feira, 2 de Julho, às 18h00.
Do lado galego participarão Luisa Castro, Luis García Mañá, María Canosa, Xavier Queipo (na foto), Xavier Alcalá e Luis G. Tosar. Do lado português, valter hugo mãe, Manuel Jorge Marmelo, Fernando Pinto do Amaral, João Luís Barreto Guimarães, João Paulo Sousa e Rui Costa. Os escritores irão expor e debater os seus pontos de vista sobre a influência da fronteira como elemento de união (ou não), nas literaturas portuguesa e galega.
Nesses dias a livraria do El Corte Inglés de Gaia, que colabora na organização do evento, levado a cabo pelo município de Gaia, organiza uma feira onde se poderão adquirir os livros dos autores presentes no encontro, que também farão uma sessão de autógrafos.

“O Códice Secreto” – Lev Grossman

pre-codiceA “saga” dos códigos na literatura contemporânea proporcionou uma série de novos títulos, alguns dos quais bastante interessantes, como é o caso de “O Códice Secreto” (Presença), do norte-americano Lev Grossman, crítico literário da “Time”.
O protagonista desta história é o jovem bem sucedido Edward Wozny, bancário de investimentos de Nova Iorque prestes a partir para nova vida em Londres. Antes de atravessar o Atlântico tem pela frente quinze dias de férias – algo inédito nos últimos tempos. Sem saber o que fazer, aceita um trabalho pedido pelos seus patrões: organizar uma colecção de livros antigos da biblioteca particular de um dos seus clientes mais ricos. Pouco dotado para a literatura, é com relutância que aceita a tarefa, mas depois de se ver embrenhado nas antiguidades literárias começa a ficar “agarrado”, tal como o leitor, que neste ponto também fica preso ao livro de Grossman.
O autor segue regras básicas, mas eficientes, para prender o leitor, dando, aos poucos, elementos que vão construindo uma intriga, enquanto varia ambientes, criando mundos opostos por onde Edward vai saltando. A dada altura o jovem bancário vê-se obcecado por um livro que os donos da biblioteca avidamente procuram. Trata-se de uma misteriosa obra de literatura medieval, assinada por um ainda mais misterioso Gervase de Langford. Edward apercebe-se que está envolvido num “duelo” entre os donos da biblioteca, um casal de aristocratas britânicos: ele velho e doente, ela jovem, sedutora, mas… com algo de louco.
Quando Edward estava “agarrado” ao livro de Langford os seus serviços são dispensados, mas com ajuda de Margaret, estudiosa de Langford, continua a investigar o livro, à procura do códice que permitirá desvendar um segredo secular. Aos poucos Edward, assim como o leitor, começa a perceber que uma série de acontecimentos que classificava como coincidências tinham afinal um significado concreto. Tal como acontece num jogo de computador no qual se embrenhou de tal forma que perdeu o controlo da situação, o mesmo se passa na vida real de Edward. E, vamos a ver, também o jogo não é uma peça “inocente” nesta espécie de thriller literário.

João Aguiar – Entrevista a propósito de “O Sétimo Herói”

asa-aguiarJoão Aguiar, autor de uma vasta obra literária, que engloba o género histórico, fantástico e juvenil, comemorou os seus 20 anos de carreira com “O Sétimo Herói”, lançado pela ASA. Autor versátil e imaginativo, contou como gere tantos géneros e tanta imaginação.

Ao fim de vinte anos de careira e tantos géneros abordados – histórico, juvenil, fantástico… – é capaz de dizer qual o seu preferido?
Sou, com muita facilidade! É o que estou a escrever na altura. Ou seja, quando estou a escrever um livro tem de haver um envolvimento passional, se não houver não o acabo e já tem acontecido. Não me preocupo com o género que vou fazer quando vou escrever um livro, preocupo-me com a ideia, se me apanha e interessa o suficiente. O que estou a escrever na altura é sempre aquele que gosto mais.

É capaz de começar a escrever um livro sem saber a que tipo de público vai ser dedicado?
Talvez… se excluirmos da resposta o caso do Bando dos Quatro, que são especificamente para a área infanto-juvenil. Isto por uma razão simples: aí existem responsabilidades acrescidas porque estou a escrever para um público particularmente vulnerável. Não devo dar determinados modelos. Aquilo que num livro para gente mais crescida não tem a mínima gravidade pode transformar-se num modelo negativo atractivo. Quando escrevi “O Sétimo Herói” não me preocupei em saber para que idade era, de todo…

– Foi surgindo?…
Foi, foi.

Mas como é que decide quando vai escrever mais um livro do Bando dos Quatro?
Há um certo acordo com a editora (Asa), não é uma coisa rígida, mas como é uma colecção tem de haver dois a três volumes por ano para que os leitores não se desinteressem. Isso é uma coisa que tenho de ter em conta. Tenho, de certo modo, de me obrigar, se quero manter a colecção, a escrever no mínimo dois, mas o ideal é três. Isso cria obrigações, daí que a escrita do Bando dos Quatro não seja tão instintiva. Mas isso é inevitável. Eu trabalhei no programa televisivo Rua Sésamo, que parecia muito espontâneo, mas não havia nada de espontâneo naqueles programas. Havia muita inspiração mas que era sujeita a princípios, justamente pela vulnerabilidade e fragilidade do público-alvo.

E essa “obrigação” de ter de escrever O Bando dos Quatro não o impede de fazer avançar outros projectos que gostaria de desenvolver na altura?
Até agora não impediu, tenho sido capaz de negociar. É uma questão de organização e de trabalho.

Consegue escrever mais do que um livro ao mesmo tempo?
De um modo geral não, mas tenho tentado. Dava-me jeito, mas não. A não ser em casos muitos especiais e episódicos.

Iniciou-se na escrita através do romance histórico. Porquê essa via?
Gosto muito de História, é uma paixão dos velhos tempos. Há vinte anos, talvez influenciado por livros que tinha estado a ler, veio a vontade de tentar recuperar um passado nosso, que era um legado anterior à nacionalidade.
Tinha a sensação que para as poucas pessoas que sabiam alguma coisa de História Portugal tinha nascido no dia em que D. Afonso Henriques bateu na mãe. A minha ideia foi tentar chamar a atenção para toda uma vivência anterior à nacionalidade.

Quando decidiu que ia ser escritor?
Para essa pergunta há duas respostas. Aos nove anos comecei a escrever um livro – portanto nessa altura devo ter decidido que ia ser escritor –, mas é claro que não acabei. Trinta e tal anos depois escrevi “A Voz dos Deuses”, mas não me atribuí imediatamente o estatuto de escritor. Porque sabia que há muitos escritores de um só livro, não sabia como ia ser a minha vida profissional como jornalista e, portanto, durante os anos seguintes sempre me apresentei como um jornalista que escreveu um livro. Só quando percebi que começava a ter público mais fiel e quando, em 1992, me vi sem trabalho como jornalista, aí pensei: é a altura.

Para escrever um livro como “A Voz dos Deuses”, sobre Viriato, teve de se documentar bastante?
Fiz pesquisa durante ano e meio, mas escrevi-o em seis meses.

O romance histórico, para ser rigoroso, limita a imaginação?
No meu caso não. Os acontecimentos históricos nunca são suficientes, há sempre coisas que têm de ser completadas. O desafio está justamente em preencher as lacunas sem trair a História. Isso é um trabalho tão criativo como se fosse escrito de novo. Tem de se criar personagens e normalmente é a partir delas que está todo o trabalho de tentativa de reconstituição de época, porque às personagens históricas – sobretudo os heróis –, falta-lhes novidade. No caso de Viriato, sem o trair, não dá para o pôr a viver suficientemente, daí que, embora “A Voz dos Deuses” seja a vida de Viriato, a grande figura é o seu companheiro de armas.

Os romances históricos podem ser um complemento às aulas de História?
Podem ser sempre no sentido de despertar interesse e falar à imaginação.

asa-setimo“O Sétimo Herói” surgiu para aproveitar a onda de O Senhor dos Anéis?
Há uma diferença, é que este fantástico não se leva completamente a sério. No livro há sempre uma frase de sorriso ou riso. Nunca se trata de levar completamente a sério o que está a acontecer, embora haja uma história perfeitamente estruturada. Mas todo o diálogo é carregado de humor. Não é propriamente um Tolkien, é Tolkien que se ri de si próprio. Aliás, acho que foi o que fez grande falta ao próprio Tolkien. A certa altura, em O Senhor dos Anéis, ele tomou-se demasiado a sério.

É difícil criar de base um mundo novo?
Para mim não foi difícil. É muito coerente dentro das suas leis, que não são exactamente as nossas. Dentro desse mundo funciona tudo com leis muito claras.

A literatura light poderá chamar leitores?
Não sei. Tenho medo da literatura light. Por um lado pode ser o início, mas também pode ser o fim. É tudo muito complicado de definir. Eu iria mais para o que está bem escrito e mal escrito. Sherlock Holmes era literatura light! Não se pode ignorar.

 (Entrevista realizada em 2004)

“Lucky Luke no Quebeque”, um virar de página

asa-quebeque“Lucky Luke no Quebeque” vai, inevitavelmente, marcar a vida de um dos mais prestigiados e clássicos heróis da banda desenhada internacional: Lucky Luke.
Perto de completar cinquenta anos – e já no 72º álbum –, o cowboy que dispara mais rápido do que a própria sombra aparece renascido neste álbum depois de alguns anos de estagnação, correspondentes à última fase da vida do seu criador, Morris.
Chegou agora a Portugal (através das Edições ASA) o primeiro resultado da nova aposta da editora francesa Dargaud para dar vida ao dono de Jolly Jumper, “Lucky Luke no Quebeque”, no original “La Belle Province” – trata-se de um trocadilho, já que tanto identifica a província francófona do Canadá como a égua (Province) pela qual Jolly Jumper se apaixona.
A 25 de Outubro de 2004, quase na hora do regresso a França após uma breve passagem por Portugal, os autores do “novo” Lucky Luke, Laurent Gerra (argumento) e Achdé (desenho) conversaram comigo (via telefone e em trânsito para o aeroporto) sobre a experiência de trabalhar uma aventura de tão notável personalidade da BD.
Gerra – mais conhecido em França pela sua condição de humorista de TV e rádio – revelou que a princípio “disse não” ao convite: “O meu ‘métier’ não era esse”. Contudo, depois de pensar melhor, achou que se fosse formada uma “boa equipa” o caso poderia mudar de figura. Finalmente, aceitou o desafio “porque havia uma boa ideia”, disse, reportando-se à pretensão de situar a história no Quebeque (província francófona do Canadá), fazendo um paralelo com a história dos irredutíveis gauleses de Astérix.
“Conhecia uma pessoa na Dargaud e acabou por convencer-me. Assim, em vez de fazer o que seria habitual como passo seguinte, o cinema, fui para a banda desenhada”, explicou.
Gerra mostrou-se satisfeito também com a parceria com Achdé: “Ele faz uns desenhos dinâmicos, com cenários ricos”, reconhecendo aqui, implicitamente, que os últimos anos do herói andavam longe do seu auge.
O entendimento entre ambos foi fácil: “Fui ajudado pelo meu desenhador preferido, não foi preciso andar a golpes de pistola” (risos).
Gerra entende que Lucky Luke é um herói com um grande futuro à sua frente, que terá um sucesso não apenas sustentado nos fãs do passado mas também nas novas gerações.
Quanto a “Lucky Luke no Quebeque” ficou “contente” com o resultado final, embora reconheça que há coisas a melhorar. “Mas aí também é o público que tem de dar uma resposta”, elucidou.
Já o desenhador Achdé reconheceu a dificuldade de “suceder a um mestre da BD como Morris, que já tinha inventado tudo”. Mas explicou que não podia recusar o desafio porque “antes de ser desenhador já era um admirador”.
“Era uma grande responsabilidade”, reconheceu, mas ao mesmo tempo “um sonho de criança”. E adiantou que era “um desafio, um exercício difícil, mas acima de tudo, um prazer”.
Achdé não se sentiu limitado por ter de desenhar uma personagem já existente e tão carismática e considera mesmo que lhe abriu “novos horizontes”.
“Onde é que eu iria desenhar um cavalo?”, questionou ironicamente.
Paralelamente, deu-lhe um prazer imenso constatar “a reacção do público, como aconteceu aqui em Portugal, no Canadá, na Escandinávia, em França”.
Achdé pretende dar um cunho próprio à personagem, mas sabe que não pode mexer muito na tradição. No entanto, admite que haja “pequenas modificações, tal como fazia Morris ao longo dos anos”. As suas maiores alterações serão a nível de “enquadramento, como no cinema, com câmaras e planos mais ousados”. Uma coisa garantiu: “Tudo farei para continuar a dar prazer ao público”.
Um dos objectivos será devolver a Lucky Luke o glamour e fama que já teve nas décadas de 60 e 70 do século XX. A inclusão de novas personagens está também prevista, tais como “índios, mexicanos, personagens reais do Oeste”, mas sem a pretensão de “mudar tudo”.~
Três anos após a morte de Morris e 17 após a de Goscinny, Lucky Luke e companhia estão em excelentes mãos. “Lucky Luke no Quebeque” é apenas a primeira prova.
Trata-se de um álbum com uma boa história base e outras secundárias de grande humor – como a da paixão de Jolly Jumper pela égua Província – ilustrada com vivacidade e movimento, um nível que parecia já perdido na série. Grande aventura de Lucky Luke no Canadá (atrás de um velhaco que pensa que o dinheiro compra tudo), onde aparecem personagens baseadas em personalidades reais como Levy Strauss (inventor dos jeans) e Celine Dion (aqui retratada como uma cantora de “gritos”).

asa-achdeAchdé (Desenhador)
Achdé, o novo desenhador de Lucky Luke, nasceu em 1961 em Lyon (França), tendo por verdadeiro nome Hervé Darmenton. Com apenas três anos desenhou a sua primeira aventura, a de um valente cavaleiro que salva uma dama. Seis anos mais tarde comprou o seu primeiro livro de BD, ”Lucky Luke Contre Phil Defer”.
Aos 14 anos, publicou a sua primeira banda desenhada numa fanzine e é nessa altura que decide que vai tornar-se autor de BD. Problemas na Matemática levam-no a desistir dos estudos e vai trabalhar como manipulador de ecrãs num consultório de radiologia. Depois montou um estúdio de criação e uma agência de publicidade em Nîmes, passando ainda a desenhar para o Midi Libre e outros jornais.
Em 1988, publicou o seu primeiro Destins Croisés e assinou em 1991 o primeiro contrato na Dargaud.
Em 1993 lançou a série humorística CRS=Détresse.

asa-gerraGerra (Argumentista)
Laurent Gerra é o humorista mais popular de França e tem desde jovem uma grande paixão pela banda desenhada.
Nasceu em Bourg-en-Bresse, França, em 1967, onde na casa de família possui uma vasta colecção de BD. Conhecido pelos seus trabalhos humorísticos na rádio e na televisão, aceitou o desafio da banda desenhada e com afinco preparou o seu primeiro argumento: “Lucky Luke no Quebeque”.

 (Artigo concebido em 2004)

Tinta-da-China apresenta “Histórias da Primeira República Portuguesa”

TC-historia“Histórias da Primeira República Portuguesa”, obra coordenada por Fernando Rosas e Maria Fernanda Rollo, pretende cobrir todas as vertentes necessárias para compreender o primeiro período republicano português: historiografia política, económica, social, cultural, religiosa
Na introdução, os autores esclarecem que se propõem a esclarecer, nomeadamente, as seguintes questões: “Como venceu a República em 1910? Que contradições, que dificuldades viveu, como as resolveu, ou não, até à terrível aventura da participação na Grande Guerra? Que projectos delineou, que portas abriu ou tentou abrir nos vários campos em que procurou apostar? E como renasceu do pós-guerra, após o breve mas premonitório intervalo sidonista? Que República ou que repúblicas e anti-repúblicas foram essas que então se realinharam, também em Portugal, para a grande batalha social e política que anunciava na Europa a época dos fascismos? Afinal, porque venceu e porque morreu a Primeira República? E o que ficou dela como património de memória e reflexão para a democracia de hoje?”
A obra é editada pela Tinta-da China.

Bizâncio aposta em romance sobre Lady MacIntosh, a coronela Anne

biz-agenciabiz-rosaA Bizâncio lançou em Junho “A Rosa Rebelde”, de Janet Paisley, um romance histórico baseado na vida de Lady MacIntosh, que ficou conhecida como coronela Anne, uma heroína das Terras Altas da Escócia em meados do século XVIII.
Em plena guerra civil, Anne acreditou que podia bater-se com os melhores guerreiros e arriscou a sua vida por amor ao seu país e ao seu rei. Janet Paisley apresenta a sua vida através de uma história de amor, conflito, lealdade e traição.
Outro romance editado pela Bizâncio em Junho é “A Agência”, de Ally O’Brien, onde a sensual super-agente Tess Drake, funcionária da Agência Literária Bardwright, que opera em Londres e Nova Iorque, se move nos emocionantes e acelerados mundos da lealdade, da imoralidade e da vingança. Trata-se, segundo a editora, de “um romance imensamente divertido, cheio de riscos e de recompensas, que nos revela o mundo das grandes agências de direitos e expõe toda a ambição, o sexo, a adrenalina e a sorte dos quais depende o êxito de uma jovem mulher.”
Outros lançamentos da Bizâncio são “A Arte da Influência”, de Chris Widener, “uma parábola inspiradora sobre o poder da influência, e “Sopa de Pedra 6 – Estado de Sítio”, de Jan Eliot, livro que relata “o dia-a-dia, exaustivo e cheio de rituais, de uma mãe trabalhadora, Val, das duas filhas, Holly e Alix, e da muitas-vezes-demasiado-próxima-família-alargada… que convenientemente vive na porta ao lado.”