Está de volta «O Terceiro Homem» de Graham Greene

A Casa das Letras recupera em Setembro, mais precisamnete no dia 19, uma das mais marcantes obras de Graham Greene, O Terceiro Homem, que foi escrito em 1949 como argumento para um filme realizado e interpretado por Orson Welles.

Sinopse: «Viena de Áustria, pós-Segunda Guerra, uma cidade dividida e gerida pelas quatro potên­cias aliadas (Rússia, Inglaterra, França e Esta­dos Unidos). Rollo Martins, um romancista de segunda linha, chega à cidade para visitar Harry Lime, o seu inescrupuloso amigo e he­rói de longa data. Logo descobre que Harry morreu e em circunstâncias muito suspeitas. Enquanto se faz passar por um célebre es­critor, dá início uma investigação por conta própria e procura resposta para a pergunta – o que Harry fez para merecer a morte?

Clube do Autor lança Penelope Fitzgerald e relança Virginia Woolf

O Clube do Autor aposta nas escritoras neste regresso à actividade e além de introduzir uma nova autora no mercado nacional, a inglesa Penelope Fitzgerald, de quem lança A Livraria, recupera Mrs. Dalloway, de Virgina Woolf, graças à colecção Os Livros da Minha Vida, onde foi uma escolha de Teresa Patrício Gouveia.
Penelope Fitzgerald, que faleceu em 2000 com 83 anos, venceu o Booker Prize em 1979 com Offshore e A Livraria é o seu segundo romance.

A Livraria – Penelope Fitzgerald
«Em 1959, Florence Green, uma viúva com uma pequena herança, arrisca tudo para abrir uma livraria na vila costeira de Hardborough. Depois de comprar o espaço, um velho edifício com fama de estar assombrado, e de vencer a resistência inicial, Florence decide colocar à venda o livro Lolita, de Nabokov, desencadeando um terramoto subtil mas devastador na pequena localidade.»

Mrs. Dalloway – Virgínia Woolf
«Proclamado pela revista Time como um dos cem melhores romances em língua inglesa do século XX, Mrs. Dalloway é a grande obra de Virginia Woolf, o primeiro dos seus romances a sair dos cânones tradicionais, adoptando a técnica da corrente de pensamentos com maestria.
Romance sobre o tempo e a desconexão da existência humana, Mrs. Dalloway faz coexistir, não só na mente das personagens que integram a obra mas também nas suas páginas, o passado, o presente e o futuro, lembrando o leitor que o tempo actual é influenciado pelo que o antecedeu e pelo que lhe sobrevirá.
Centrado em Clarissa Dalloway e ambientando no período pós Primeira Guerra Mundial, o livro eleito por Teresa Patrício Gouveia reflecte, na verdade, a história da crise de um indivíduo, de uma classe, de uma sociedade e do próprio romance.
Não obstante o facto de ter sido publicado pela primeira vez em 1925, logo nas primeiras páginas, refere Teresa Patrício Gouveia no prefácio desta edição, “constatamos como o seu olhar (de Virginia Woolf) e a sua escrita são totalmente modernos”».

Pepetela e Agualusa na «rentrée» da Dom Quixote


A Dom Quixote preparou uma rentrée em grande e além do já aqui referido novo romance de Lobo Antunes vão ser lançadas novas obras de Pepetela (A Sul. O Sombreiro) e José Eduardo Agualusa (A Educação Sentimental dos Pássaros), e será recuperado Goa ou o Guardião da Aurora, de Richard Zimler.

A Sul. O Sombreiro – Pepetela
«“Manuel Cerveira Pereira, o conquistador de Benguela, é um filho de puta.” Assim começa um grande romance de aventuras que nos conduz à Angola dos séculos XVI e XVII, enquanto Portugal vivia sob o domínio filipino.
Entre lutas de poder, muitas conspirações, envolvendo governadores e ordens religiosas, com os franciscanos e os jesuítas na linha da frente, travamos conhecimento com homens muito ambiciosos, com um inglês um pouco doido, e com os terríveis jagas, os guerreiros incomparáveis que povoavam os piores pesadelos dos brancos, ao mesmo tempo que nos deixamos encantar por um fugitivo que se torna um aventureiro e explorador de terras por desbravar.
O regresso de Pepetela com um empolgante romance ambientado nos primórdios do colonialismo, revelando uma época desconhecida da história de Angola.»
Nas livrarias a 19 de Setembro.

A Educação Sentimental dos Pássaros – José Eduardo Agualusa
«A Educação Sentimental dos Pássaros, novo livro do autor, reúne onze contos. A unir todos eles, uma mesma preocupação sobre a origem e a natureza do mal. Como é que o pequeno Jonas se transformou em Savimbi? O que move Hillary? Anjos e demónios caminham entre nós e nem sempre se distinguem uns dos outros.»
Nas livrarias a 12 de Setembro.

Goa ou o Guardião da Aurora – Richard Zimler
«Na colónia portuguesa de Goa, estava o século XVI a chegar ao fim, a Inquisição fazia enormes progressos na sua missão de impedir todos os “bruxos” – quer fossem nativos hindus ou imigrantes judeus – de praticarem as suas crenças tradicionais. Os que se recusavam a denunciar outros ou a renunciar à sua fé eram estrangulados por carrascos ou queimados em autos-de-fé.
Tiago e a irmã, Sofia, gozam uma infância tranquila, aprendendo com o pai a ilustrar manuscritos e mergulhando no caos inebriante das festividades hindus celebradas pela sua amada cozinheira, Nupi. Quando as crianças atingem a idade adulta, a família é destroçada porque, primeiro o pai e depois o filho, são presos pela Inquisição. Mas quem poderia tê-los traído?
Primeira edição na Dom Quixote.»
Nas livrarias a 26 de Setembro.

A Grande Casa – Nicole Krauss
«Uma romancista americana solitária passa vinte e cinco anos a escrever numa secretária que herdou de um jovem poeta desaparecido às mãos da polícia secreta de Pinochet; um dia, uma rapariga que se diz filha dele aparece-lhe com o propósito de recuperar a secretária e a sua vida transtorna-se por completo.
A Grande Casa é uma história suspensa entre duas perguntas: o que é que transmitimos aos nossos filhos e como é que eles absorvem os nossos sonhos e perdas? Como podemos responder ao desaparecimento, à destruição e à mudança?
Nicole Krauss, de quem a Dom Quixote já publicou A História do Amor, foi considerada pela The New Yorker uma das melhores escritoras com menos de quarenta anos.»
Nas livrarias a 12 de Setembro.

«Comissão das Lágrimas», de António Lobo Antunes, sai a 30 de Setembro

30 de Setembro é a data apontada pela Dom Quixote para o lançamento do novo romance de António Lobo Antunes, intitulado Comissão das Lágrimas.

Sobre o livro: «“Um doloroso canto de uma mulher torturada” foi o ponto de partida para Comissão das Lágrimas, o novo livro de António Lobo Antunes. A mulher torturada foi Elvira (conhecida por Virinha), comandante do batalhão feminino do MPLA, presa, torturada e morta na sequência dos terríveis acontecimentos de Maio de 1977 em Angola.
Mas este é apenas um episódio num livro denso e sombrio sobre Angola depois da independência. António Lobo Antunes não quis fazer um livro documental ou uma reportagem “verídica” sobre o que se passou em Angola, antes usou a sua sensibilidade e o espantoso poder evocativo da sua escrita para falar sobre a culpa, a vingança, a inocência perdida.»

«Vermelho da Cor do Sangue» é o novo thriller de Pedro Garcia Rosado

Vermelho da Cor do Sangue é o título do novo thriller de Pedro Garcia Rosado, editado pela ASA, que ainda no ano passado nos brindou com o interessantíssimo A Cidade do Medo. Pedro Garcia Rosado tem-se destacado no género e já assinou obras como Crimes Solitários, Ulianov e o Diabo, O Clube de Macau e A Guerra de Gil.

Sinopse: «Quando um mercenário ucraniano conhecido por Gengis Khan assalta a casa do banqueiro Ramiro de Sá, além de um segurança morto e das jóias roubadas, deixa atrás de si um problema inesperado: do cofre do banqueiro foi também levado o passaporte de Valentim Zadenko, um emissário do Partido Comunista da União Soviética que entrou em Lisboa no dia 24 de Novembro de 1975 e aí desapareceu misteriosamente.
Enquanto o inspector Joel Franco, da Polícia Judiciária, investiga o homicídio do vigilante, o passaporte torna-se uma relíquia que muitos querem deitar a mão: não só o próprio Ramiro de Sá, mas também o chefe da máfia russa, um inspector do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, um veterano do PCUS que foi camarada de Zadenko e ainda Svetlana, a filha do operacional desaparecido, que vem para Lisboa à sua procura, alertada por um angolano que estudou em Moscovo e participou no assalto. Na busca do documento, todos os caminhos acabarão, mais tarde ou mais cedo, por ir dar a Ulianov, um ex-KGB especialmente treinado que em Portugal se tornou dirigente de um grupo criminoso. Joel terá de contar com a sua ajuda para desenterrar uma conspiração criminosa que nasceu no PREC e envolveu militares revolucionários, banqueiros, assassinos … e várias garrafas de Barca Velha.»

Frankenstein está de volta com «A Cidade das Trevas»

O regresso da Contraponto após as ferias fica marcado pelo regresso de Frankenstein, que, após O Filho Pródigo (ler  aqui a opinião do porta-Livros), prossegue agora a sua saga com A Cidade das Trevas. O livro, da autoria de Dean Koontz, sai a 2 de Setembro.

Sobre o livro: «Em A Cidade das Trevas, a saga do criador e da criatura continua. Os espécimes da Nova Raça, as mais recentes criaturas de Victor Helios (antes Frankenstein), são na verdade assassinos perfeitos, e começam a espalhar um reino de terror pela cidade de Nova Orleães. À medida que Deucalião, com a ajuda de dois detectives, tenta impedi-los, vai descobrindo que estas criaturas podem ser assustadoramente semelhantes a seres humanos – sobretudo na sua tendência para a crueldade.»

«A Ilha de Sukkwan» – David Vann

A Ilha de Sukkwan, do norte-americano David Vann, é um verdadeiro soco no estômago, ou antes, um duplo soco no estômago. Primeiro, é um livro notável, extremamente bem escrito e estruturado. Tinha lido críticas fantásticas generalizadas a este romance editado entre nós pela Ahab e comecei a ficar preocupado: por norma, quando surge esta unanimidade, acabo por sair decepcionado face às grandes expectativas que entretanto gero. Mas desta vez não, A Ilha de Sukkwan é efectivamente fabuloso e só não me alongo a fazer mais elogios pois poderia parecer bajulação (não sei a quem, na verdade) e também não quero criar expectativas em excesso. Eu, admirador confesso de livros pequenos (cento e poucas páginas), desta vez queria mais. Não sei bem o quê, é certo, pois tudo está no sítio e na dimensão certa neste romance, nada mais haveria a dizer, mas apetecia-me ler mais sobre esta história de um pai e de um filho para a qual o autor se inspirou na sua própria vida e no suicídio do seu pai. Quando tinha 13 anos, o pai de David Vann pediu-lhe que passasse um ano com ele no Alasca, onde tinham vivido antes do divórcio dos pais. David recusou e passado duas semanas o pai suicidou-se, levando-o a carregar um pesado sentimento de culpa. Decorridos mais de trinta anos resolveu passar para o papel uma história com traços comuns com esta. Em A Ilha de Sukkwan um pai convida um filho para passar um ano com ele no Alasca e este aceita. Será uma forma do autor tentar reescrever uma história real que acabou mal? Não me parece, pois esta não terá um final mais feliz. E entra aqui o Segundo (Lembram-se? Havia já lá bem atrás um Primeiro.) Isolados no meio da natureza inóspita (gelada) vivem num ambiente sufocante e tenso, adensado pela difícil relação entre os dois, agravada pelo estado espírito do pai, bastante desequilibrado e deprimente. E bem sabemos o efeito que isso pode ter num adolescente, que ainda por cima está isolado do mundo sem perspectivas de contacto para tão cedo. Este é pois o segundo soco no estômago: os ambientes, a tensão, o isolamento (o Alasca) dentro do isolamento (pai e filho cada um no seu canto). É uma obra muito dura (extremamente dura) e a meio, quando já nos víamos envolvidos num ambiente sufocante, há uma reviravolta surpreendente, que nos derruba. É verdade, ao lermos este livro, parece que levamos uma sova, mas vale a pena. Sim, não se deixe enganar pelo início algo idílico de pai e filho em comunhão com a natureza. Quando a coisa aperta, o lado negro vem ao de cima, a condição humana revela-se, não digo no seu pior, mas de uma forma chamemos-lhe… estranha. A segunda parte do livro revela-nos como se pode comportar um ser humano quando levado a extremos e o resultado é bastante preocupante, pois tem a particularidade de ser bem plausível.
Quando um livro é muito bem escrito (como este) tudo nos parece possível e credível, mesmo situações que à partida tomaríamos por inimagináveis e inconcebíveis numa relação pai-filho.

«A Bofetada», de Christos Tsiolkas, com direito a blogue

A Bofetada, de Christos Tsiolkas, romance a ser publicado a 29 de Agosto pela D. Quixote, tem desde há dias um blogue (http://abofetada.blogs.sapo.pt) onde são disponibilizadas bastantes informações sobre o livro (vencedor do Commonwealth Writers’ Prize e nomeado para o Man Booker Prize).
No livro há um homem que dá uma bofetada a uma criança de três anos, acto que vai ter repercussões na vida das pessoas que presenciam o sucedido. A obra, que tem gerado um amplo debate, foi adaptada ao formato de série televisiva, com estreia prevista para Setembro. No blogue, onde é disponibilizado o primeiro capítulo de A Bofetada, quem quiser pode participar num inquérito sobre se concorda ou não com a bofetada dada a criança.
Foi também criada também uma página de fãs no Facebook (http://www.facebook.com/pages/A-Bofetada/163309250411755) e uma conta no Twitter (http://twitter.com/ABofetada).

Sinopse: «Durante um encontro de amigos, um homem dá uma bofetada a uma criança de três anos. Trata-se de um acto isolado, mas as suas repercussões vão fazer-se sentir nas vidas das oito pessoas que o testemunham de perto. As suas lealdades e paixões são postas à prova, redefinidas, extremadas. Para as oito personagens, aquele é um momento transformador. Uma a uma, as suas vozes vão dar início a uma caleidoscópica e inquietante viagem aos limites do amor, do sexo, do casamento e da família. Celebrado pela crítica e pelos júris dos mais importantes prémios literários, este é um livro fracturante e controverso.»

O autor (texto retirado do blogue de A Bofetada): «Romancista, ensaísta, argumentista e dramaturgo, Christos Tsiolkas nasceu em 1965, em Melbourne, na Austrália. O seu primeiro romance, Loaded, foi adaptado para o cinema. O seu terceiro romance, Dead Europe, venceu, em 2006, o The Age Fiction Award e o Melbourne Best Writing Award. Mas a sua consagração definitiva na cena literária internacional deu-se com A Bofetada, nomeado para o Man Booker Prize 2010 e vencedor, em 2009, do CommonwealthWriters’ Prize, do Australian Book Industry Awards (ABIA) Book of the Year 2009, da Australian Literary Society (ALS) Gold Medal, do Vance Palmer Prize for Fiction e do Nielsen BookData/ABA Book of the Year Award – Booksellers’ Choice.

«O Atlas Esmeralda» dá início à trilogia Crónicas da Origem, de John Stephens

O Atlas Esmeralda, primeiro volume da trilogia Crónicas da Origem, uma criação de John Stephens que foi considerada uma sensação na Feira do Livro de Bolonha 2010, tem data de lançamento apontada para 2 de Setembro. O livro será lançado pela Porto Editora.
Indica a Porto Editora que a trilogia é protagonizada por três crianças – Kate, Michael e Emma –, “deixadas pelos pais ao cuidado de estranhos, no dia de Natal. Durante dez anos, os três irmãos saltam de orfanato em orfanato, sabotando todas as tentativas de adopção, sempre à espera de que os pais voltem para os resgatar. Certo dia, são levados para o orfanato do Dr. Stanislaus Pym, um casarão velho e estranho, cheio de coisas mágicas e onde não existem mais crianças. Um cenário perfeito para um sem-número de aventuras e personagens tão assustadoras quanto entusiasmantes”.
O autor, John Stephens, norte-americano, trabalhou durante dez anos como argumentista de séries televisivas, mas sempre quis ser escritor e O Atlas Esmeralda é a sua estreia.

 

Enredo: «Foram arrancados da cama quando a noite já ia alta, quando o mundo estava coberto de neve.

Dez anos depois, Kate, Michael e Emma saltam de orfanato em orfanato e já não se lembram dos pais. Quando chegam à sinistra casa de Cambridge Falls, depressa percebem que algo de muito estranho se passa…

Ao descobrirem um antigo livro com uma encadernação fora do vulgar, dá-se início a uma mágica profecia, que os levará numa viagem por outros universos e tempos.
Só eles poderão salvar o mundo… e o seu próprio futuro.»