A primeira edição do Prémio Leya continua a dar frutos. Desta vez é a Dom Quixote que vai publicar um romance finalista do prémio, e de novo de um autor brasileiro.
“Eu, Peter Porfírio, O Maioral” é o título do romance de Alaor Barbosa que, segundo a editora, narra, “com técnica bastante eficaz e em linguagem originalíssima e poderosa, a história de Peter Porfírio de Andrade, um fazendeiro brasileiro, nascido no interior da região Sudoeste do estado de Goiás, bem no coração do Brasil.”
O livro chega em Setembro às livrarias.
Mês: Julho 2009
Contraponto lança a 14 de Agosto guião de “Sacanas Sem Lei”, novo filme de Tarantino
A Contraponto (do grupo Bertrand) anunciou o lançamento, a 14 de Agosto, do guião do filme “Sacanas Sem Lei”, de Quentin Tarantino.
O filme, cujo título original é “Inglourious Basterds”, estreia em Portugal a 27 de Agosto e conta com interpretações de Brad Pitt, Mike Myers e Samuel L. Jackson. O argumento é do próprio Tarantino.
Passatempo Editorial Presença – “O Círculo de Sangue”
O Porta-Livros vai realizar hoje (4 de Agosto), em parceria com a Editorial Presença, um passatempo em que oferecerá três exemplares de “O Círculo de Sangue”, da autoria de Jérôme Delafosse, thriller que será lançada nesse mesmo dia.
Temos para oferecer três exemplares deste thriller, que serão oferecidos ao primeiro leitor que responda acertadamente a três questões relativas ao livro e a outro dois concorrentes através de sorteio. Participarão no sorteio todos os restantes concorrentes que acertem nas três questões e que respondam até às 23h59 de 4 de Agosto.
Esteja atento, às 11h00 será lançado o passatempo.
Sinopse de “O Círculo de Sangue”: “Nathan, o protagonista, tem um acidente no Árctico que literalmente lhe rouba a memória. Nathan não sabe quem é, de onde vem ou para onde vai. Acabado de sair de um coma profundo não há qualquer recordação que tenha persistido. Decidido a desvendar o segredo da sua identidade, segue o rasto de um manuscrito misterioso que se encontra na biblioteca Malatestiana, em Itália. Aí descobre uma revelação inquietante: o Círculo de Sangue, uma seita milenar, ameaça lançar uma pandemia. Neste momento, Nathan tentará perceber se se encontra do lado dos bons ou dos maus e que caminho irá trilhar.”
O autor, Jérôme Delafosse, um jovem repórter e fotógrafo francês, especializou-se em temas de aventura e ciência. Há mais de doze anos que percorre o mundo para realizar reportagens e documentários. A par deste espírito aventureiro, Delafosse enveredou pelo caminho da escrita, apresentando aos leitores um primeiro thriller que acabou por se destacar ao nível dos bestsellers no país de origem onde foi publicado: França. Jérôme Delafosse tem colaborado com as publicações mais prestigiadas da imprensa internacional e é pivot no programa Le Nouveaux Exploteurs do Canal +.
Antologia poética de Manuel Alegre chega em Setembro
A Dom Quixote vai editar em Setembro a antologia de poesia de Manuel Alegre em dois volumes. “Manuel Alegre – Poesia” (vol. I & II) vão incluir toda a obra poética do escritor e pertencem à colecção Poesia Dom Quixote.
Na mesma colecção vai ser lançado “E Se Fosse Um Intervalo”, que será o primeiro livro de Ana Luísa Amaral a sair neste editora.
Ainda a nível de letras portuguesas, destaque também para a reedição do romance de Mário Cláudio “Quinta das Virtudes”, originalmente publicado em 1990.
Philip Roth, Günter Grass e Robert Wilson nas novidades de Setembro da Dom Quixote
A Dom Quixote vai editar em Setembro na colecção Ficção Universal obras de Philip Roth, Günter Grass e Robert Wilson.
“Indignação” é o 27.º livro de Philip Roth e conta a história da educação do jovem Marcus Messner nas circunstâncias assustadoras e nas obstruções anómalas que a vida acarreta. Trata-se, segundo a sinopse, de “uma história de inexperiência, loucura, resistência intelectual, descoberta sexual, coragem e erro contada com toda a energia criativa e todo o engenho” de Roth.
Ainda em Setembro sai a edição comemorativa dos 50 anos da primeira edição de “O Tambor de Lata”, de Günter Grass. O dia do seu terceiro aniversário é uma data decisiva na vida de Oskar, o pequeno que não queria crescer. Neste dia decide deixar de crescer, e recebe o seu primeiro tambor de lata, objecto que se converterá num companheiro inseparável num percurso em que ecoam os compassos da história alemã antes e depois da II Guerra Mundial.
Em “A Ignorância do Sangue”, de Robert wilson, regressamos à Sevilha do jefe Javier Falcón. A cidade, abrasadora como sempre, recupera de um chocante e ainda não solucionado ataque terrorista, mas um violento e espectacular acidente de carro faz incidir a luz sobre outra ameaça. Um gangster morto e uma mala cheia de milhões em dinheiro significam que a máfia russa se encontra no caminho de Javier Falcón.
Destaque-se ainda a edição, na colecção Biblioteca António Lobo Antunes, de “A Consciência de Zeno”, de Italo Svevo. Será o quarto volume desta biblioteca.
Arteplural lançou guias de kitesurf e de primeiros socorros
A Arteplural Edições (chancela da Bertrand) lançou em Julho “Kitesurf”, um guia de Éric Beaudonnat que pretende ensinar noções de diversas áreas, imprescindíveis para a segurança de quem se dedica a este desporto de sensações fortes que permite contactar com dois elementos: o ar e a água.
A Arteplural lançou também “Jogos e Actividades para Bebés e Crianças”, de Lynn Rosen e Joe Borgenicht, onde são apresentadas 75 formas de enriquecer a mente, fortalecer o corpo e despertar a imaginação dos filhos, recorrendo a materiais caseiros comuns e a um pouco de criatividade.
Se não correr tudo bem nas primeiras experiência propostas pelos dois livros anteriores, a Arteplural propõe “Manual de Primeiros Socorros”, de Nadine Saubers, também editado em Julho. Este livro ensina a lidar com quedas e fracturas, picadas de insecto e irritações da pele, cortes e arranhões, sufocação, queimaduras, intoxicação, etc.
Casa das Letras lança em Agosto compilação de citações e pensamentos de Nietzsche
“Citações e Pensamentos de Friedrich Nietzsche”, obra organizada por Paulo Neves da Silva, é uma proposta da Casa das Letras (Grupo Oficina do Livro) para Agosto.
O livro é apresentado como “uma compilação única” do pensamento de Friedrich Nietzsche, segundo a editora um pensador “polémico, por vezes chocante, mas sempre objectivo (…) a sabedoria de Nietzsche dá sempre novas perspectivas ao pensamento de cada um”.
Estrela Polar edita em Agosto “Proteger os Nossos Filhos”
A Estrela Polar, chancela do grupo Oficina do Livro, lança em Agosto “Proteger os Nossos Filhos”, de Gavin de Becker, especialista em previsão do comportamento violento.
Segundo a sinopse da obra, “todos os pais enfrentam os mesmos desafios quando se trata da segurança dos filhos: em quem confiar, de quem desconfiar, em que acreditar, do que duvidar, o que recear e o que não recear.” Neste livro, Gavin de Becker apresenta novas medidas práticas para aumentar a segurança das nossas crianças.
“Os Anagramas de Varsóvia”, de Richard Zimler, nas novidades de Setembro da Oceanos
A Oceanos vai lançar a 3 de Setembro o novo romance do escritor norte-americano residente em Portugal Richard Zimler. A obra, um romance policial, intitula-se “Os Anagramas de Varsóvia” e a acção decorre no gueto judaico de Varsóvia. Segundo garante a editora, trata-se de um “romance policial arrepiante e soberbamente escrito”.
A história é narrada por um homem que por todas as razões deveria estar morto e que pode estar a mentir sobre a sua identidade.
Também em Setembro a Oceanos edita “A Queda do Muro”, de Olivier Guez e Jean-Marc Gonin. São dois jornalistas franceses que se juntaram para escrever um relato sobre os dias que antecederam a queda do Muro de Berlim e o dia em que este ruiu. A obra foi feita para celebrar os vinte anos passados desde o acontecimento.
“Meio Sol Amarelo” – Chimamanda Ngozi Adichie
“Meio Sol Amarelo”, romance editado pela ASA que venceu o Orange Prize em 2007, pode parecer, à partida, uma obra sem grandes argumentos para conquistar os leitores portugueses. A autora, nigeriana, não só é desconhecida do público português como tem um nome estranho: Chimamanda Ngozi Adichie. E depois, a história decorre no Biafra, nação africana que já não existe e que surge inevitavelmente associada à fome e à guerra – entre 1967 e 1970 tentou sem sucesso separar-se da Nigéria. Só conquistou guerra, morte, fome e desilusão.
Então, porquê ler este romance? Antes de mais, porque é bom, muito bom, escrito com paixão, sentimento que é transmitido na perfeição ao leitor. Independentemente do tema, o que aqui temos é uma excelente história (ou histórias), e bem contada, com paixão mas sem dramatismos exagerados, mesmo que a envolvência pudesse levar a que fosse percorrido esse caminho.
“Meio Sol Amarelo” é, assim, uma mistura de drama familiar com retrato de um período da história, mas feito de uma forma em que não se distinguem os limites de cada um dos géneros. O romance tem uma estrutura original que fez um vaivém no tempo. Começa no ponto “A” e vai para “B” e regressa a “A” para de novo voltar a “B”, permitindo estas deslocações temporais uma melhor compreensão da complexidade da trama e da própria personalidade das personagens. E está escrito de forma simples e crua, sem floreados, como o tema impõe.
Cinco personagens notáveis construídas por Chimamanda levam-nos a “reviver”, através do entrecruzar das linhas das suas vidas, este drama biafrense que na altura indignou a opinião pública mundial. Ugwu é um criado de treze anos de quem acompanhámos o crescimento, acelerado devido às vicissitudes da guerra. Ugwu trabalha para Odenigbo, professor universitário que mantém uma intensa relação com Olanna, que, por sua vez, tem uma irmã gémea de quem não podia ser mais diferente. Chama-se ela Kainene, uma mulher que se apaixona por Richard, um inglês atípico, já que se enamora verdadeiramente pelo Biafra, mas sem ser na perspectiva do colonizador. Odenigbo é um dos intelectuais impulsionadores da revolta contra a Nigéria e assiste com grande desgosto e sofrimento à degradação das condições de vida do seu povo e, principalmente, da sua família. Não pretendendo, tal como Olanna, beneficiar de privilégios só por pertencer à elite intelectual, sofre na pele a cada vez maior escassez de bens e de moralidade que grassa no Biafra. Tanto ele como a mulher são dois retratos de como o povo sofreu com este conflito, desde a esperança ao desespero, uns descontrolando-se (Odenigbo), outros (Olanna) adaptando-se às circunstâncias para tentar levar uma vida o mais normal possível.
“Meio Sol Amarelo”, apesar de ser um retrato de uma guerra, é também (ou principalmente) um excelente retrato de pessoas. Estas não deixaram de viver sua vida por causa da guerra, mantiveram, nomeadamente, os seus problemas sentimentais. É uma faceta em que poucas vezes se pensa quando se observa um cenário de guerra, mas à qual Chimamanda Ngozi Adichie conseguiu dar uma textura impressionante. Afinal há vida para além da fome, dos bombardeamentos, das violações, dos raptos, das mutilações, etc. O modo como muitos tentam ter um quotidiano ao qual se agarrar para conseguirem manter a estabilidade mental é retratado na perfeição neste romance.
Lentamente, mesmo não dando por isso, o leitor acompanha a decadência das condições de vida das personagens, o modo como se tentam adaptar às novas condições.
Acompanha a desilusão que marcou este povo, que, partir de uma certa altura, se sentiu desamparado, esquecido por aqueles que, aparentemente, seriam os seus grandes apoiantes.
Chimamanda conseguiu o seu objectivo: transformou as estatísticas da morte no Biafra em histórias de vida, e com isso, já a uma distância considerável (houve tantas guerras mediáticas entretanto), recuperou do esquecimento uma tragédia que marcou uma época.