«O Segundo Livro da Ignorância Geral» e «Os 50 Grandes Acontecimentos da História» – Um curso intensivo de cultura geral

O Segundo Livro da Ignorância Geral, de John Lloyd e John Mitchinson (uma edição da Ideias de Ler/Porto Editora), e Os 50 Grandes Acontecimentos da História, de Hugh Williams (da Matéria-Prima), são, embora em registos diferentes, dois daqueles livros que dá muito jeito ter numa biblioteca particular. Se acha que não é suficientemente culto e pretende aprender umas bases sem ter de recorrer a aulas ou a seminários ou conferências, tem aqui duas apostas de sucesso garantido.
O Segundo Livro da Ignorância Geral é mais generalista e abrangente, e faz uma abordagem, digamos, mais ligeira aos temas tratados, que são, também, mais variados. Responde, por vezes com bastante humor, a temas tão sérios como “O que é que provoca uma hérnia?” ou a outros mais engraçados como “Qual é o animal que mais se embebeda?” Do reino animal à geografia, da história ao desporto, são dezenas e dezenas de questões com respostas claras e bem contextualizadas, cujo conteúdo não sai prejudicado pelo teor humorístico das mesmas. Vai aprender com um sorriso nos lábios.
A obra, que sucedeu ao sucesso do inicial O Livro da Ignorância Geral, nasceu de um programa televisivo da BBC, QI (Quite Interesting), e pretende esclarecer uma série de ideias erradas, equívocos e mal-entendidos da “cultura geral”. A título de aperitivo, podemos desde já referir que ao ler este livro vai perceber que os polvos têm apenas duas pernas, o ponto mais a sul de África não é o Cabo da Boa Esperança, a água não congela aos zero graus, o diamante não é a substância mais dura que se conhece e os morcegos não são cegos.
De uma forma divertida O Segundo Livro da Ignorância Geral ajuda a desenvolver a cultura geral. E não é verdade que se diz que a brincar se aprende? Assim, quase sem dar por isso, vai apreender informações suficientes para manter uma mão-cheia de interessantes conversas e tornar-se uma estrela no seu círculo de amigos.
Mais sério, mas igualmente cativante, é Os 50 Grandes Acontecimentos da História, do historiador Hugh Williams, que nos leva num passeio pela história do nosso mundo. Foram seleccionados cinquenta episódios marcantes que viriam a ajudar a formar o mundo tal como ele é hoje em dia. O livro está dividido em cinco partes (Prosperidade, Liberdade, Religião, Conquista e Descoberta) e em cada uma delas há uma introdução que faz um primeiro enquadramento às temáticas abordadas. Depois, cada tema é devida e pormenorizadamente contextualizado, nomeadamente com o relato dos eventos que levaram à ocorrência do acontecimento citado.
Para quem liga a essas coisas, na parte Descoberta há um capítulo intitulado “Vasco da Gama descobre o caminho marítimo para a Índia, 1498”. Vasco da Gama é assim o nosso representante numa obra onde também estão Leonardo Da Vinci, Isaac Newton, Napoleão, Gengis Khan, Alexandre, o Grande , Confúcio, Buda, Platão, Espártaco e Marco Pólo, e claro Jesus Cristo, além de muitos outros. Mas, para lá de nomes, há momentos como a Revolução Francesa, a ida à Lua, o advento da Internet, a construção da Via Egnatia, em146 a.C. (este era um tema totalmente desconhecido para mim), a Peste Negra, a Queda do Muro de Berlim, a libertação de Nelson Mandela, etc.
Seis ou sete páginas chegam para nos introduzir nos temas seleccionados. Há quem fique satisfeito com tal, no entanto, para quem isso não bastar, não duvide de que fica com boas bases e uma série de pistas, bem documentadas e explicadas, para se lançar em estudos mais profundos.

«A Arte de “As Aventuras de Tintin”» sai a 28 de Novembro

As Edições ASA lançam na segunda-feira 28 de Novembro o álbum A Arte de “As Aventuras de Tintin”, um livro com prefácios de Steven Spielberg e Peter Jackson dedicado ao filme do herói belga que recentemente estreou no cinema.
Trata-se de um álbum ilustrado criado pelos artistas que transpuseram a obra de Hergé para o grande ecrã, pertencentes à Weta, responsável por filmes como O Senhor dos Anéis ou Avatar. Neste álbum será possível apreciar esse trabalho desde as primeiras ilustrações conceptuais às cenas como são vistas no ecrã. O livro inclui ainda algum “artwork” produzido exclusivamente para esta edição.

Casa das Letras editou «1Q84», do japonês Haruki Murakami

A Casa das Letras lançou em Novembro 1Q84, de Haruki Murakami, escritor japonês autor dos sucessos Kafka à Beira-Mar e Sputnik, Meu Amor.

Sinopse: «Num mundo aparentemente normal e de contornos reconhecíveis, movem-se duas personagens centrais: Aomame, uma mulher independente, professora de artes marciais, e Tengo, professor de matemática. Os dois estão quase a entrar na casa dos trinta anos, têm vidas solitárias e ambos se dão conta de ligeiros desajustamentos à sua volta, que os conduzirão fatalmente a um destino comum. Falta dizer que tanto um como outro são mais do que parecem: a bela Aomame, nas horas vagas, é uma assassina que mata as suas vítimas sem deixar vestígios, levando toda a gente a pensar que morreram de morte natural; o apagado Tengo, um escritor em construção a quem o editor, Komatsu de seu nome, encarregou de trabalhar na revisão de A Crisálida de Ar, obra prometedora, nascida da imaginação (ou talvez não…) de uma adolescente enigmática, chamada Fuka-Eri.»

Pearl S. Buck, Truman Capote e John Irving – Clássicos americanos em dose tripla

O mercado editorial português foi recentemente enriquecido com três obras de autores consagrados norte-americanos: Terra Abençoada, de Pearl S. Buck (edição Clube do Autor), Harpa de Ervas, de Truman Capote (Sextante), e As Regras da Casa da Sidra, de John Irving (Civilização).

Terra Abençoada – Pearl S. Buck
«Terra Abençoada traça o ciclo da vida – os medos, as paixões, as ambições, os êxitos, os retrocessos, as recompensas.
Um relato universal, comovente e inspirador do destino de um homem e de uma família.
No reinado do último imperador da China, uma criada casa com um homem humilde. Juntos dão início a uma família e encetam uma viagem épica, envolvente e inesquecível…
O-lan é uma criada na maior casa da aldeia. Quando casa com Wang Lung, um humilde agricultor, labuta arduamente ao longo de quatro gravidezes pela sobrevivência da sua família. Ao princípio, as recompensas são poucas, mas o trabalho é fonte de esperança e há sustento na terra. Até a fome chegar e mudar a vida de todos.
Obrigada a fugir ou a morrer de inanição, a família chega à grande cidade do Sul, juntando-se a milhares de outros camponeses que mendigam pelas ruas. Tudo parece perdido, até que a boa sorte e a determinação de O-lan conjuram-se para os levar de volta a casa com uma riqueza inimaginável.
De volta à terra que havia garantido o seu sustento, a recente fortuna da família origina apenas desconfianças, enganos e principalmente muita mágoa para a mulher que os salvou, mudando o destino da família.
Tendo como pano de fundo uma China à beira da mudança, Terra Abençoada é a pungente e emocionante saga de uma família e a história do sacrifício de uma mulher.»

Harpa de Ervas – Truman Capote
«Quando é que ouvi falar pela primeira vez da harpa de ervas? Muito antes do outono que passámos na amargoseira; num outono anterior, portanto; e, como não podia deixar de ser, foi Dolly quem me contou, pois mais ninguém se lembraria de lhe chamar isso, uma harpa de ervas.
O narrador e protagonista desta maravilhosa história, Collin Fenwick, é órfão e tem onze anos quando vai viver para a casa das duas irmãs Talbo. História emocionante de desadaptados, inspirada numa memória de infância, A harpa de ervas é o terceiro romance de Truman Capote, originalmente publicado em 1951.»

As Regras da Casa da Sidra – John Irving
«A odisseia de Homer Wells começa no meio dos pomares de macieiras do Maine rural. Sendo a mais velha das crianças do orfanato de St Cloud’s que não chegaram a ser adotadas, Homer estabelece uma amizade profunda e invulgar com Wilbur Larch, o fundador do orfanato – um homem de rara compaixão viciado em éter. O que Homer aprende com Wilbur leva-o desde a sua primeira aprendizagem de cirurgia no orfanato até uma vida adulta à frente de uma fábrica de sidra e a uma estranha relação com a mulher do seu melhor amigo.»

«Vai Dormir, F*da-se», de Adam Mansbach, é um livro de embalar para pais

Vai Dormir, F*da-se é o sugestivo título de um livro recentemente editado pela Arteplural que se apresenta como uma “história de embalar para os pais que vivem no mundo real e que têm dificuldades em adormecer os filhos”.
O livro, da autoria de Adam Mansbach e ilustrado por Ricardo Cortés, é, segundo a editora, “asneirento, afetuoso e sincero” e “capta as tribulações que todos os pais conhecem – embora nem sempre o admitam – de pôr o filho a dormir”.
Vai Dormir, F*da-se promete levar o leitor às lágrimas de tanto rir, mas fica o alerta: “Deve ser mantido fora do alcance dos mais pequenos que já sabem ler.”
Adam Mansbach, que tem ensaios e histórias publicados no New York Times Book Review, The Believer, Poets & Writers e Los Angeles Times, entre outros, é professor de Literatura. A ideia deste livro surgiu porque o próprio autor tinha dificuldade em adormecer a sua filha.

«As Aventuras de Pinóquio» – Carlo Collodi, Zdenko Bašić (ilustrações) e Stella Gurney (adaptação)

O clássico infantil As Aventuras de Pinóquio, de Carlo Collodi, conheceu recentemente mais uma edição, desta feita com as brilhantes ilustrações de Zdenko Bašić – que já nos havia encantado com Alice no País das Maravilhas – e a adaptação Stella Gurney.
Trata-se de um álbum editado pela Arteplural, tal como o de Alice, voltado essencialmente para um público infantil a caminho do juvenil que nos apresenta um Pinóquio algo diferente daquela imagem “cor-de-rosa” criada pelo filme de Walt Disney, que tem sido, afinal, a que ultimamente tem servido de referência ao boneco mentiroso – aliás, note-se que as antigas histórias infantis são, por vezes, bem mais terríveis do que as da actualidade; se duvidam experimentem ler os contos de Charles Perrault, nomeadamente o Barba Azul.
Que Pinóquio é uma “rica peça”, até algo violento, já o sabíamos, mas nesta adaptação revela mesmo todos os seus maus instintos, somando asneira após asneira. Esta “malvadez” do boneco de madeira encaixa na perfeição nas ilustrações de Bašić, que apresenta aqui um trabalho ligeiramente mais sombrio do que em Alice no País das Maravilhas, onde optara por um estilo mais alienado e louco – um pouco como a própria história.
O livro está recheado de janelinhas pop-up, uma festa para os mais novos, sempre prontos a abrir uma janela para uma surpresa, mas não deixará de agradar a um adulto que não tenha complexos em assumir o seu interesse em ler histórias infantis.
Por isso, caso o leitor seja um adulto, ponha esses complexos de lado e deite a mão a esta versão de As Aventuras de Pinóquio, deleite-se com as ilustrações do brilhante Zdenko Bašić e deixe-se envolver por Pinóquio e pela impressionante galeria de personagens carismáticas criadas por Collodi.

Gonçalo M. Tavares abre a 19 de Novembro o ciclo de conversas Porto de Encontro

Gonçalo M. Tavares é o primeiro protagonista de Porto de Encontro – À Conversa com Escritores uma iniciativa do jornalista Sérgio Almeida promovida pela Porto Editora que arranca já a 19 de Novembro. A primeira sessão deste ciclo de conversas terá lugar no sábado, pelas 17h00, no Palácio dos Viscondes de Balsemão (Praça Carlos Alberto, 71, Porto).
Segundo foi anunciado, o livro será um dos tópicos da conversa conduzida por Sérgio Almeida, a qual estará aberta a todos os leitores, pois a entrada no evento é livre. Gonçalo M. Tavares é autor de inúmeras obras, destacando-se Matteo Perdeu o Emprego e Viagem à Índia, entre as mais recentes.
“Porto de Encontro” é assim um ciclo de conversas com escritores, que terá periodicidade mensal, e que irá decorrer em locais emblemáticos da cidade do Porto. As conversas, explicou a Porto Editora, “serão conduzidas por Sérgio Almeida e incidirão sobre os livros mas, também, servirão para dar a conhecer o lado mais pessoal dos autores convidados, num registo de proximidade e de familiaridade através do qual se pretende estreitar a relação entre os leitores e os escritores”.
Em Dezembro, o “Porto de Encontro” terá como convidado José Rentes de Carvalho, escritor português que vive há décadas na Holanda e cuja obra tem vindo a ser reeditada pela Quetzal. A sessão terá lugar a 10 de Dezembro, às 17h00, no Palacete dos Viscondes de Balsemão, no Porto.
Pode seguir a iniciativa em www.facebook.com/portodeencontro

«Herança», de Christopher Paolini, chega a 8 de Novembro

O tão aguardado final da Saga da Herança está finalmente aí a chegar. O lançamento, pela Gailivro, do livro de Christopher Paolini, intitulado Herança, é no dia 8 de Novembro, pondo assim fim à ansiedade dos milhares de fãs desta saga que se iniciou com Eragon, já em 2003. Seguiram-se Eldest e Brisingr. Ao todo, os três primeiros volumes venderam 25 milhões de exemplares em todo o mundo.

Sinopse: «Há pouco tempo atrás, Eragon – Aniquilador de Espectros, Cavaleiro de Dragão – não era mais que um pobre rapaz fazendeiro, e o seu dragão, Safira, era apenas uma pedra azul na floresta. Agora, o destino de toda uma sociedade pesa sobre os seus ombros.
Longos meses de treinos e batalhas trouxeram esperança e vitórias, bemcomoperdas de partir o coração. Ainda assim, a derradeira batalha aguarda-os, onde terão de confrontar Galbatorix. E, quando o fizerem, têm de ser suficientemente fortes para o derrotar. São os únicos que o podem conseguir. Não existem segundas tentativas.
O Cavaleiro e o seu Dragão chegaram até onde ninguém acreditava ser possível. Mas serão capazes de vencer o rei tirano e restaurar a justiça em Alagaësia? Se sim, a que custo?»

«O Obelisco» – Howard Gordon

Quando me pediram que traduzisse  para a Porto Editora O Obelisco, pensei: “Esta é sem dúvida uma das alturas em que dá ainda mais gosto trabalhar”. Um thriller envolvendo terrorismo e escrito por um dos produtores (Howard Gordon) de uma das minhas séries preferidas (24) só podia dar bom resultado – e felizmente não me enganei.
Confesso, sou fã de literatura de aeroporto, ou, para não dizerem que sou elitista, de, vá lá, livros bons para ler em viagens de comboio. E este O Obelisco é uma excelente obra do género. Sim, já sei, não vai ficar na história da literatura, mas também não estamos aqui só para ler grandes obras. Às vezes, basta uma “pequena” aventura, e esta é na verdade das boas, trepidante como a série 24. Onde havia Jack Bauer, agora temos Gideon Davis, que também tem pela frente uma missão impossível a resolver num curto lapso de tempo.
Davis é também um homem habituado a andar no terreno, pois é mediador ao serviço do governo dos Estados Unidos. Após mais uma missão bem sucedida é homenageado publicamente pelo presidente norte-americano e distinguido pelas Nações Unidas. Mas o descanso não dura muito. Após um muito aplaudido discurso nas Nações Unidas, é-lhe de pronto confiada nova missão, desta vez com um condimento ainda mais… ácido. No sultanato de Mohan, uma plataforma petrolífera é tomada de assalto por um grupo de terroristas que pretende semear o caos no país, de modo a tomar conta do poder, nas mãos de um governante pró-paz e pró-americano. Só que este grupo tem a particularidade de ser liderado pelo temível terrorista Abu Nasir, nada mais nada menos do que o irmão desavindo de Gideon. Por muito que ambos, fortemente patriotas, tivessem visões diferentes de como a América deveria lidar com os extremismos, nunca a Gideon passara pela cabeça que o seu irmão saltasse para o outro lado da barricada. E enquanto lida com isso, tem ao mesmo tempo de evitar que, conforme prometido pelos terroristas caso não fossem satisfeitas determinadas reivindicações, a plataforma expluda, não só pelas vidas de quem lá está como refém, como pelas implicações que isso teria a nível estratégico para os EUA. Sim, é verdade, o idealista Gideon, na hora do aperto, deita o discurso diplomático às malvas e entra em acção, pois sente que é isso que é necessário fazer pelo bem geral.
Howard Gordon lançou assim os dados para uma aventura vivida a ritmo intenso quase desde a primeira página, com perseguições de barco, a pé, escarpas íngremes, selvas, aldeias arrasadas, jogos políticos, voltas e reviravoltas, traições – quem é quem? –, mergulho de alto risco, tiros, mortos, etc., etc., Uma série de condimentos típicos de um thriller que Howard Gordon soube misturar a preceito neste seu romance de estreia, escrito de forma simples e clara, como se pede/exige no género.