O Moco Museum, em Amesterdão, está cercado por gigantes. Arrojadamente situado na Museumplein (a ampla Praça do Museus), é, por isso, vizinho dos gigantes Rijksmuseum (A Ronda Noturna de Rembrandt, entre muitas, muitas outras obras), do Museu Van Gogh (a maior coleção de Van Gogh do mundo) e do Stedelijk Museu (arte contemporânea).
Mas o Moco Museum, inaugurado em 2016, tem os seus próprios atrativos, e não são poucos, começando pelo edifício, a Villa Alsber, projetada em 1904 por Eduard Cuypers (sobrinho de Pierre Cuypers, que desenhou o Rijksmuseu). Serviu como residência até 1939, altura em que foi entregue aos sacerdotes que lecionavam na escola de São Nicolau. Antes de ser museu serviu ainda como sede de uma firma de advogados. Já agora, uma explicação para o nome, Moco: vem de Modern Contemporary.
Mas a cereja no topo do bolo é o facto de presentemente, e até 15 Janeiro de 2109, ter patente uma completa exposição de Banksy, depois de já ter recebido mostras dedicadas a Andy Warhol, Salvador Dali e Roy Lichtenstein. O «anónimo» Banksy, artista britânico famoso pela sua streetart, tem aqui expostas algumas das suas obras mais conhecidas, trazidas das ruas.
Mas, essencialmente, as obras expostas no Moco foram concebidas para interiores, entre as quais algumas telas, como beanfield, mas como não reparar em the Girl with the Ballon, ou Laugh now and, entre tantas outras?
Icy e Sot, do Irão para Nova Iorque
Mas Banksy não está sozinho no Moco Museu, antes pelo contrário, está muito bem acompanhado, pois também se encontra patente uma interessante mostra dos certeiros e implacáveis irmãos iranianos Icy e Sot, conhecidos por «Banksy do Irão», dado que também se dedicam à streetart. Com obras suas banidas no Irão, por serem consideradas controversas, mudaram-se para Nova Iorque, onde continuaram a apostar em temas como opressão, fama, liberdade, guerra e sonhos. Parte do resultado está patente no Moco Museum e ninguém sai de lá indiferente, seja pela temática, seja pela estética e valor das obras.
Van Gogh segundo Liechtenstein
E, na cave, há ainda uma belíssima reprodução em 3D de uma obra de Liechtenstein, que por sua vez se inspirou em Van Gogh. Explicando melhor: foi montado um quarto baseado no quadro de Liechtenstein Quarto em Arles, que ele pintou segundo um postal da famosa obra de Van Gogh O Quarto do Pintor em Arles. O visitante pode circular pela divisão e sentir em simultâneo a «presença» de dois consagrados artistas.
No jardim, à vista de todos
Mas não é tudo. No jardim envolvente à casa, também há arte, esta com a vantagem de poder ser apreciada desde o exterior, sem pagar bilhete. Mas o melhor mesmo é entrar, pois é possível tocar e usar algumas das obras, de artistas como WhIsBe (especializado em «gomas de ursinhos»), Banksy, Fidia Falaschetti e Marcel Wander.
Mais informações em: https://mocomuseum.com/