“A Cabana”, romance do canadiano Wm. Paul Young que será posto à venda pela Porto Editora em Portugal a 2 de Outubro, tem tudo para ser um best-seller e se não o for é que será de estranhar. O livro só nos Estados Unidos vendeu mais de sete milhões de exemplares, enquanto no Brasil atingiu a marca de um milhão. A ter em consideração as 500 encomendas registadas nas primeiras vinte e quatro horas em que esteve em pré-venda na livraria on-line Wook nada de estranho irá acontecer: será mesmo um best-seller.
E a Porto Editora tem-se esforçado para que o objectivo seja alcançado. Foi criado um sítio oficial na internet – www.acabana.pt – e um perfil no Facebook (já com perto de mil “amigos” em 30 de Setembro) –www.facebook.com/acabanaportugal –, tendo sido distribuída aos media com a devida antecipação uma edição especial de “A Cabana” (ver imagem mais pequena). Este é um comportamento pouco comum entre as editoras portuguesas mas de extrema utilidade. Os críticos ou opinantes de livros têm assim tempo de conhecer a obra antes de a mesma ser lançada ao público, permitindo que escrevam sobre ela em tempo útil. Com a velocidade a que os livros se devoram uns aos outros nas estantes das livrarias e derivados, quando o crítico/opinante divulga o seu parecer sobre a obra já está perdeu o efeito novidade e o leitor passou para outra.
A táctica parece ter resultado, pelo menos na blogosfera já há vários textos sobre a obra. Pode ler já a seguir alguns deles:
Estante de Livros: http://estante-de-livros.blogspot.com/2009/09/cabana_28.html
Planeta Márcia: http://planetamarcia.blogs.sapo.pt/60562.html
BiblioMigalhas: http://bibliomigalhas.blogspot.com/search?q=Cabana
Marcador de Livros: http://marcadordelivros.blogspot.com/2009/09/cabana-wm-paul-young.html
Bookshelf da Betita: http://betita-bookshelf.blogspot.com/2009/09/cabana-de-wm-paul-young.html
O livro, como qualquer boa história de sucesso na vida, nasceu pobre e humilde. O autor, Paul Young (não se assustem, não é o cantor pop que nos atormentou nos anos 80), começou a escrever “A Cabana” em 2005, com o objectivo de explicar aos seus seis filhos como lidou com as tragédias que lhe assolaram vida. Fez algumas cópias (15) e ofereceu a obra a alguns familiares e amigos. Só que algumas pessoas, tocadas pelo conteúdo do romance, começaram a pedir mais cópias para oferecer a mais gente e este “sucesso” levou Paul a pensar que poderia fazer chegar a sua mensagem a maiores públicos. Ajudado por um amigo, criou uma pequena editora, destinada a produzir uma edição de autor de “A Cabana”. Os passos seguintes já deu para perceber quais foram, tendo em conta os milhões de exemplares vendidos.
Quanto ao conteúdo do romance, afinal de contas o essencial, trata-se da descrição de uma sui generis conversa com Deus encetada pelo protagonista (Mack), que, naturalmente, é tudo menos crente, dado que passara recentemente pela provação de perder uma filha ainda criança. Quando passava férias com a família na floresta, no Oregão, a filha mais nova, Missy, foi raptada e brutalmente assassinada, segundo indicaram as provas encontradas numa cabana abandonada. Quatro anos mais, tarde, Mack, eternamente deprimido, recebeu um bizarro bilhete escrito por Deus que o convidava a visitar a tal cabana. Apesar de toda a sua descrença, resolveu aceitar o convite e deslocou-se lá. Aceitou assim participar em dois combates distintos, reviver o desaparecimento da filha e, ao mesmo tempo, tentar dialogar com Deus.
Como seria de esperar, as suas reservas eram infundadas e foi mesmo estabelecido contacto com Deus, mas não da forma que os crentes estão habituados a aceitar. O autor, através dos diálogos de Mack com Deus e Jesus, levanta uma série de questões destinadas a fazer o leitor pensar e a reequacionar a sua relação com as entidades superiores. O livro está escrito de uma forma clara, directa e simples e consegue colocar no papel as dúvidas de cada um na sua relação (ou falta dela) com Deus, sugerindo uma série de respostas que agradarão, sem dúvida, a quem já está aberto a uma mudança na sua vida e sedento de soluções para o incompreensível. Contudo, para ser honesto, tenho de confessar que comigo não resultou. Deus continua a não fazer parte das minhas crenças e nem por um momento “A Cabana” me levou a equacionar fosse o que fosse. Mas cabe a cada um encarar o romance como quiser. Como isso mesmo, um romance, como uma luz, como um abrigo, como um livro a evitar. Mas isso afinal é o que se passa com todos os livros, certo? E, no fim de contas, dá sempre bons motivos para animadas conversas.
O autor
Wm. Paul Young nasceu no Canadá e foi criado pelos pais missionários numa tribo nas montanhas do que era a Nova Guiné. Uns anos mais tarde, as mortes do irmão mais novo e de uma jovem sobrinha deixá-lo-iam completamente destroçado.
Há cerca de ano e meio, Wm. Paul Young tinha três empregos mas hoje em dia a sua vida deu uma enorme reviravolta. Actualmente, vive com a família no estado de Oregão, nos EUA.