«O Impostor» – Damon Galgut

alfaguara-image012Mas afinal quem é o impostor?, é a pergunta que se poderá colocar após a leitura deste cativante romance assinado pelo sul-africano Damon Galgut, que em Portugal foi editado pela Alfaguara. À primeira vista, poder-se-á pensar que se trata do protagonista, Adam, mas a verdade é que, no fundo, todos (ou quase todos) são impostores nesta história que decorre numa África do Sul saída do apartheid mas ainda por se resolver.
As fragilidades das pessoas são exploradas ao máximo, todos têm as suas falhas, e grande parte do problema passa por não se revelarem verdadeiramente, mas apenas máscaras do que realmente são, para assim melhor defenderem os seus interesses ou os interesses daqueles a quem pretendem bajular.
Adam, um desencantado com a vida e candidato a poeta, é apenas o pretexto encontrado por Damon Galgut para servir de núcleo à trama, o motor que faz avançar o enredo. Sem saber o que fazer da vida, tanto a nível profissional como pessoal, vai viver para uma casa vazia, fora da cidade, pertença do seu irmão abastado. O objetivo é isolar-se para ser «possuído» pela poesia, mas o reencontro com um velho colega de escola leva-o por outros rumos, onde se cruza com o seu próprio passado e com uma série de personagens da «nova» África do Sul, nomeadamente Baby, a mulher do seu amigo e com quem vem a envolver-se. Mas todos, desde Baby ao seu amigo Canning, passando até pelo seu misterioso vizinho, se revelam «sombras» de quem realmente são, incluindo o próprio Adam, que na procura do seu «eu» vai revelando várias camadas de quem é. Parece complicado, mas não é, no fundo é uma história simples sobre pessoas e um país adulto mas ainda à procura do seu rumo, tal como Adam.
É o retrato de uma África do Sul pós-apartheid, onde afinal, para muitos, nada mudou; continua a haver exploradores e explorados, apesar de agora os exploradores serem multirraciais. Há uma mensagem de defesa da natureza, denunciando a violação da mesma por parte do poder económico que, além disso é corrupto.
Em O Impostor, sente-se o ambiente, as terras, as estações, sem que Damon Galgut necessite de ser exaustivo e detalhado, mas a verdade é que somos literalmente, e literariamente, envolvidos pelo seu retrato deste país, tanto na vertente das paisagens selvagens, com a sua fauna e flora cativantes, como das paisagens urbanas e suburbanas.
O Impostor, pelas suas personagens e paisagens, é um livro que nos envolve e nos permite conhecer melhor a verdadeira alma da África do Sul.

Sinopse: «Na sociedade do pós-apartheid, Adam perde o emprego e vê-se forçado a deixar Joanesburgo e mudar-se para uma casa abandonada nos limites da cidade. Aí, no meio da savana, entre a depressão e a embriaguez, tenta encontrar na literatura um novo caminho. Mas, afinal, encontra Canning, um homem que diz que Adam lhe salvou a vida nos tempos de escola.  Adam não se recorda de Canning mas decide entrar no jogo, seduzido por tudo o que Canning tem: uma grande fortuna herdada do pai e uma bela e enigmática mulher, por quem se sente perigosamente atraído.
Na extravagante mansão de Canning e Baby, um local mágico e fantástico, Adam é arrastado para uma estranha relação a três, que o transforma irremediavelmente.

Autor: Damon Galgut
Título original: The Impostor
Editora: Alfaguara
Tradução: Fátima Alice Rocha
Ano de Edição: 2013
Páginas: 318

E se Cristo regressasse à Terra? John Niven conta tudo em «A Segunda Vinda de Cristo»

alf_A segunda vinda de Cristo_150dpiA segunda vinda de Cristo, do escocês John Niven e publicado entre nós pela Alfaguara, conta, com muito humor, o que acontece quando Deus envia de novo Jesus à Terra, que renasce no Midwest americano.

Sinopse: «“Sê Simpático”. Foi este o único mandamento que Deus entregou a Moisés. E ninguém poderia ter adivinhado o resultado da insatisfação deste último ao recebê-lo das mãos do Senhor…
Estamos em 2011 e Deus acabou de regressar de umas férias retemperadoras, apenas para encontrar a Sua criação virada do avesso: guerras mundiais, o Holocausto, fome, capitalismo desenfreado e… cristãos. Cristãos por todo o lado.  Inteirado por S. Pedro sobre os últimos acontecimentos na Terra, Deus decide que a única hipótese de repor a ordem é voltar a enviar o filho, Jesus, e esperar pelo melhor.
Renascido no Midwest americano, e a tentar singrar como cantor e guitarrista em Nova Iorque, Jesus, JC para os amigos, encontra no programa de talentos Estrela Pop Americana a forma mais eficaz de chegar aos corações de todos e veicular a mensagem mais importante de todos os tempos, há muito perdida: “Sê Simpático.” E tudo parece estar a correr bem, mas a Humanidade tem má memória…
Irreverente, chocante e hilariante, A Segunda Vinda de Cristo não usa de subterfúgios para criticar a religião organizada, a sociedade consumista, a desmedida obsessão pela fama e a cultura da mediocridade, imaginando o que aconteceria se o filho de Deus voltasse a pisar chão terreno.»

«O Peso da Fama», de Tara Hyland, é uma saga de traições, amor e ambição

pe-pesoO Peso da Fama, lançado pela Porto Editora, é mais um romance de Tara Hyland, que sucede desta forma a Filhas da Fortuna. Trata-se de uma saga que, segundo a editora, vai dos «difíceis e conservadores tempos da pobre Inglaterra e Irlanda do pós-guerra, até aos anos glamorosos de Hollywood, onde todos os sonhos são passíveis de serem realizados».

Sinopse: «São Francisco, 1958. Numa noite fria de dezembro, um bebé é deixado no Orfanato das Irmãs de Caridade, em Telegraph Hill.
Um ano mais tarde, a famosa atriz Frances Fitzgerald decide pôr termo à vida. Correm vários rumores alegando que o marido, Maximilian Stanhope, um empresário abastado, sabe mais do que revela, mas nada é provado.
Qual a relação entre estes dois acontecimentos? É essa a resposta que Cara, a filha de Frances, se predispõe a descobrir. Abandonada pela mãe aos sete anos, viveu uma infância ensombrada pelo sofrimento e pela perda. Mais tarde, encontra alguma realização a trabalhar como jornalista, porém, continua a debater-se com a falta de confiança que tem nos outros e cada vez mais se convence de que descortinar o segredo por detrás da morte da mãe é a única forma de apaziguar os seus demónios. Irá a verdade destroçá-la ou serão inquebrantáveis os laços entre mãe e filha?»

«Diário de Helga», de Helga Weiss, é o testemunho de uma jovem num campo de concentração nazi

Diario de HelgaO Diário de Helga, de Helga Weiss, lançado há dias pela Bertrand, trata-se do testemunho da vida de uma jovem num campo de concentração através de fotos, pinturas e desenhos.

Sobre o livro: «Em 1938, quando começa a escrever o seu diário, Helga tem 8 anos. Juntamente com o pai, a mãe e os 45 mil judeus que vivem em Praga, sofre com a invasão e o regime Nazi: o pai é impedido de trabalhar, as escolas estão-lhe vedadas, Helga e os pais veem-se confinados ao apartamento. Depois têm início as deportações e os seus amigos e familiares começam a desaparecer.
Em 1941, Helga e os pais são enviados para o campo de concentração de Terezín, onde vivem durante três anos. Helga regista o seu dia-a-dia — as condições duras, as doenças e o sofrimento, bem como os momentos de amizade, criatividade e esperança — até que, em 1944, são enviados para Auschwitz. Helga deixa o diário com o tio, que o esconde no interior de uma parede, para o preservar.
Do pai de Helga nunca mais recebem notícias mas, milagrosamente, Helga e a mãe sobrevivem aos horrores de Auschwitz e aos penosos transportes dos últimos dias da guerra, conseguindo regressar a Praga. No momento em que regista as suas experiências desde Terezín, Helga tem 15 anos e meio. Parte do grupo muito reduzido de judeus checos que sobreviveram.
Reconstruído a partir dos cadernos originais, recuperados mais tarde de Terezín, e das páginas soltas nas quais Helga escreveu depois da guerra, o diário é aqui apresentado na íntegra, acompanhado por uma entrevista com Helga e ilustrado com os desenhos que fez durante o tempo que passou em Terezín. O Diário de Helga é, assim, um dos testemunhos mais vívidos e abrangentes escritos durante o Holocausto a ser recuperado.»ber-helga1

«Hotelle – Quarto 1» e «O Livro das Mulheres Perigosas» são as propostas «femininas» de verão da Objectiva

arena_Mulheres_(1.1)suma_Hotelle - Quarto 1_150dpiA Objectiva apresentou neste mês de julho duas propostas para as férias, Hotelle – Quarto 1, de Emma Mars (na chancela Suma de Letras), e O livro das mulheres perigosas, de Clare Conville, Liz Hoggard e Sarah-Jane Lovett (na Arena).

Hotelle – Quarto 1 – Emma Mars
«Anabelle, uma jornalista recém-licenciada, trabalha esporadicamente como acompanhante de luxo, para ganhar algum dinheiro. O local escolhido para essas noites é o Hotel dos Encantos, onde cada quarto é dedicado a uma famosa cortesã. O cenário perfeito para a sedução. Numa dessas noites, conhece o atraente David Barlet, um magnata da comunicação. Apaixonam-se de imediato e ficam noivos, marcando a data do casamento para um mês depois. Mas quem será o enigmático homem que lhe envia mensagens eróticas, a atrai até ao hotel e a guia na descoberta da sua sexualidade através de mandamentos eróticos e sessões de exploração do corpo e dos sentidos? É possível que se tenha deixado seduzir pelo irmão do seu noivo e que esteja agora prisioneira de um arriscado jogo sexual? Acompanhe Elle na descoberta das suas fantasias pela mão de um homem misterioso e altamente sedutor.»

«O livro das Mulheres Perigosas» – Clare Conville, Liz Hoggard e Sarah-Jane Lovett
«O livro das mulheres perigosas apresenta a arte de ser uma mulher fantástica no século XXI. O livro para as mulheres que se atrevem a viver melhor.
Destemido, provocador e ousado, pautado pelos sábios e eternos conselhos da filosofia e da poesia, O Livro das Mulheres Perigosas inspira-se na experiência de três mulheres perigosamente experientes para dar conselhos práticos mas divertidos que ensinam a requintada arte de viver no século XXI.
Com mais de 600 entradas sobre temas de interesse para todas as mulheres – «Amantes», «Almas Gémeas», «Poder de Atracção», «Terapia familiar», «Vestidos», «Sono», «Solteiros» e «Viajar» – este livro é o companheiro de mesa-de-cabeceira perfeito para a mulher moderna.
Mães, irmãs, filhas e amigas fazem constantemente a si mesmas, e umas às outras, perguntas sobre o que é ser uma mulher moderna. O Livro das Mulheres Perigosas tem essas respostas.»

Cavalo de Ferro foi à Islândia buscar «Paraíso e Inferno», de Jón Kalman Stefánsson

cf-paraisoA Cavalo de Ferro editou recentemente Paraíso e Inferno, do islandês Jón Kalman Stefánsson, que, segundo a descrição da editora, «navega pelas profundezas da vida e da morte para celebrar o poder de redenção da amizade.»

Sinopse: «Islândia, Século XIX: um pequeno barco de pesca ao largo de um ponto remoto da ilha é apanhado no meio de um violento temporal. A tragédia abate-se sobre os homens. No meio tripulação um jovem pescador inexperiente fica surpreendido pela aparente cruel indiferença dos restantes companheiros à morte por hipotermia do seu único amigo. Desiludido e confuso, abandonará em segredo a aldeia, arriscando em pleno Inverno atravessar a pé as montanhas geladas com uma única ideia fixa: chegar até à cidade mais próxima e devolver a um velho capitão cego o livro que este emprestara ao seu amigo, o único bem que ele trazia consigo e causa da sua morte: o Paraíso Perdido de Milton.

«After Earth – Depois da Terra» – Peter David (ideia de Will Smith)

chamempolicia_capa.inddAfter Earth – Depois da Terra é o livro oficial do novo filme de M. Night Shyamalan (protagonizado por Will Smith e Jaden Smith) que estreou em Portugal a 11 de julho. Ainda não vi o filme, mas já li o livro (é assim que gosto de fazer para depois verificar se a minha visão idealizada coincide com a do realizador), quanto mais não seja porque fui um dos tradutores, a par de Renato Carreira, desta edição da Saída de Emergência.
Desde já posso dizer que estou muito curioso com a versão cinematográfica, pois gostei bastante do livro, escrito por Peter David, especialista neste género de adaptações. E apesar de todas as críticas negativas que têm sido feitas ao filme – agora está na moda desancar no Shyamalan, que teve o «azar» de realizar o «O Sexto Sentido» logo no início da carreira – não conto com grandes surpresas, pois por norma estas versões oficiais respeitam na íntegra o argumento.
E posso garantir que estamos perante uma bela aventura, com uma mensagem ecológica, dividida entre dois mundos, a «esgotada» Terra, que deixou de servir de lar à Humanidade, e Nova Prime, o novo mundo que acolheu os «eleitos» do velho e corroído planeta do sistema solar.
A escrita é simples e ritmada, tal como a estrutura desta obra de ficção científica, privilegiando a ação, mas sem esquecer questões como a família e as suas relações, a política, a religião, sem aprofundar estes temas, mas enquadrando-os adequadamente no enredo.
Como em qualquer obra de ficção científica que se preze, há algumas ideias futuristas bem trabalhadas, tanto a nível de viagens no espaço como, inevitavelmente, de armamento. São soluções credíveis dentro do contexto do mundo «criado» para esta história, que apresenta também algumas novidades a nível de organização política e governativa, com os destinos de Nova Prime a serem dirigidos por uma «troika» (não daquele tipo que infelizmente conhecemos no Portugal real) onde estão em pé de igualdade os poderes militar, religioso e científico. Regra fundamental: nunca desrespeitar o equilíbrio ambiental, pois ninguém esquece o que aconteceu à Terra.
À Terra é precisamente onde vão parar Cypher e Kitai Raige, pai e filho, o primeiro um general de topo especialista em caçar Ursas e o segundo um adolescente que pretende seguir as pisadas do pai, que venera tanto quanto teme. Únicos sobreviventes de uma nave que, após uma série de infelizes eventos, se despenha na Terra, têm de enfrentar um planeta que se «revoltou» contra o ser humano. Sozinhos e debilitados no planeta, pai e filho têm assim à força a possibilidade de resolveram ou enfrentarem tudo o que os afasta. Na segunda parte do livro surge a maioria da ação, quando Kitai dá por si sozinho no terreno em virtude da incapacidade física do pai. Um confronto/reencontro entre pai e filho, obrigados a unir esforços em nome da sobrevivência mútua.
Note-se que os Raige são assim uma espécie de família representativa do espírito de Nova Prime, pois desde a partida de Terra em 2072 desempenharam papéis cruciais, em varias áreas, na história do «novo mundo».
Há em Depois da Terra uma série de histórias paralelas, em diferentes janelas de tempo (nomeadamente os últimos dias na Terra antes do êxodo), que ajudam a compreender o que representa Nova Prime, como chegou ao «presente» – cerca de 1000 Depois da Terra (D.T.) – e principalmente quem são os seus habitantes e que perigos enfrentam, nomeadamente os temíveis Skrel. Trata-se de um povo oriundo de outro mundo que, determinado a expulsar os humanos do seu planeta sagrado, envia para lá uma arma terrível, as Ursa, fera assassina cujas sucessivas gerações, cada vez mais aprimoradas, atormentam ao longo de séculos os habitantes de Nova Prime.
Todas estas histórias paralelas deixam suficientes pistas para novos projetos no âmbito desta obra, que por certo obterão luz verde se o filme alcançar o ambicionado sucesso.
Em resumo, uma boa obra de ficção científica, na vertente da ação, onde estão presentes os elementos essenciais para captar a atenção do leitor apreciador do género.

Sinopse: «O general Cypher Raige, do Corpo Unificado de Patrulheiros, é apenas o último de uma longa linhagem de heróis. Durante mil anos, desde que o apocalipse ambiental dominou a Terra, os Raige foram um instrumento fundamental para a sobrevivência da humanidade. Lideraram o caminho quando os sobreviventes foram forçados a abandonar a Terra, instalaram-se num planeta inóspito ao qual chamaram Nova Prime, enfrentaram a chacina por parte de uma misteriosa força alienígena e estabeleceram um novo lar na ponta mais longínqua da galáxia.
Cypher acabou de regressar para junto da família após uma prolongada missão no exterior. Para o seu filho de treze anos, Kitai, acompanhar o lendário pai é a aventura de uma vida – e uma oportunidade para salvar a relação deles.
Mas, quando um asteroide colide com a nave deles, despenham-se e Cypher fica seriamente ferido, correndo risco de vida. Kitai Raige sempre quis provar que estava à altura de conviver com um apelido tão ilustre. E agora, talvez cedo de mais, terá a sua oportunidade. Com a vida do pai em risco, Kitai tem de se aventurar em terreno desconhecido e hostil num novo mundo que parece estranhamente familiar: a Terra.»

Autor: Peter David (segundo ideia de Will Smith)
Título original: After Earth
Editora: Saída de Emergência
Tradução: Rui Azeredo e Renato Carreira
Ano de Edição: 2013
Páginas: 236

Bertrand lança a 19 de julho «O Albatroz», de Teresa Lopes Vieira

EnsaioO Albatroz é o título do novo romance de Teresa Lopes Vieira, autora de Os Diários da Mulher Peter Pan e de O Gato Persa Social Club. O livro será editado pela Bertrand e estará à venda a 19 de julho.

Sinopse: «Jesus é um comediante desempregado que procura refúgio na casa do pai morto, em pleno centro de Lisboa. Liberdade, a sua irmã, uma pseudoatriz de novela cuja carreira foi propulsionada por uma participação num reality show.
No meio de memórias, certas questões colocam-se: o que acontece quando perdemos tudo? Podemos ser criminosos apenas por acaso? Porque é que os nossos familiares são, por vezes, os nossos piores inimigos?
Um enredo de reencontros, fugas, memórias e colisões familiares inevitáveis, mas também uma história de amizade entre irmãos.»

«O desafio do livro foi o de colocar um homem na casa onde viveu a sua conturbada juventude, sem que dela consiga sair. Despojá-lo de emprego, amigos e qualquer outra base social, o que o descarta cada vez mais do mundo tal como o conhecemos.
Apesar de tudo gravitar em volta do mesmo centro físico, o enredo é bastante dinâmico. As coisas acontecem ao personagem, apesar dele próprio. É obrigado a enfrentar a irmã, uma atriz de novela em crise existencial. É perseguido pela rapariga das pizas e tem de conviver com todo o tipo de pessoas do seu passado, inclusive um pai que já morreu mas que parece pairar sobre tudo. A razão da morte deste último revela-se cada vez mais sombria e parece ser aquilo que une toda a gente, numa qualquer finalidade incógnita.
Queria portanto mostrar uma espécie de tentativa falhada de suicídio social, em que não se percebe bem se o personagem sofre de agorafobia ou se simplesmente não quer mais viver a vida dos outros. Refletir sobre a problemática do até que ponto a sociedade nos ajuda a manter a sanidade mental. Jesus é uma espécie de “palhaço triste” a quem tudo corre mal mas que não parece querer fazer nada para melhorar a situação.
Um duplo homicídio torna tudo pior e confirma o afastamento social dos irmãos, as peças-chave do romance. Este, no fundo, trata de memórias, conflitos familiares e de um certo modo, de loucura. Mas também é uma história de amizade entre dois irmãos.» Teresa Lopes Vieira

«A Felicidade em Albert Camus», de Marcello Duarte Mathias, recuperado pela Dom Quixote

A Felicidade em Albert CamusA Felicidade em Albert Camus, obra de Marcello Duarte Mathias originalmente editada em 1975 (no Brasil), e reeditada em Portugal em 1978, vai ter nova edição, agora com a chancela Dom Quixote.
O livro, que em 1978 recebeu o Prémio de Ensaio da Academia das Ciências de Lisboa, estará à venda a partir de 22 de julho.
Esta nova edição deste ensaio coincide com a celebração do centenário do nascimento de Albert Camus (1913-1960), Prémio Nobel da Literatura em 1957 e autor de obras como O Estrangeiro e A Peste.

Protagonistas de «Orgulho e Preconceito» envolvidos num crime? P. D. James dá a resposta em «Morte em Pemberley»

pe-morte«E se os protagonistas de Orgulho e Preconceito fossem suspeitos de um homicídio?» Esta é a pergunta que serve de apresentação a Morte em Pemberley, um policial da autoria de uma das damas do crime, P.D, James, que vai buscar as personagens do clássico de Jane Austen para as colocar no centro de uma trama policial.
O livro será lançado a 12 de julho pela Porto Editora.

Sinopse: «1803. Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy – o famoso par de Orgulho e Preconceito –, casados há já seis anos e com dois filhos, não podiam estar mais felizes na imponente propriedade rural de Pemberley. Até ao dia em que Lydia, uma das irmãs Bennet, chega à mansão gritando que o marido foi assassinado na floresta.
Em Morte em Pemberley, P. D. James combina as suas duas maiores paixões: a literatura policial e a obra de Jane Austen. O romance é uma clara homenagem à grande autora novecentista, mas faz justiça também às melhores histórias de assassinato, seguindo a tradição dos grandes romances de mistério sobre a aristocracia inglesa. Ou não fosse P. D. James a grande senhora do crime nas terras de Sua Majestade…»